Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça. Karl Marx.

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Em meio a dinheiro em cuecas, meias e afins -êita Rebública das Bananas, mais de 40 empresas estão envolvidas no panetonegate, nome muito condizente com o espírito natalino. Gosto de ver que até na hora de roubar quem é chinelo se revela. O cara que é um ladrão refinado abre conta na suíça pra desviar a grana sem rastreá-la. O ladrão chinelo pega maços e maços contento 200, 300 mil e coloca na meia...É a cara da elite do DF, que acha o sudoeste um bairro chique. A elite do Df além de ser escrota é brega pracarai..Mas o que me chama mais a atenção nisso tudo é que o Arruda- aquele que renunciou ao senado para não ser cassado e foi eleito novamente- só foi denunciado agora, às portas de 2010, ano de eleição. Se não tiver a mão do Roriz nisso tudo eu dou as minhas em sacrifício. A raposa velha tá jogando a merda pra poder voltar com tudo para os braços do povo ano que vem. Triste comemoração de 50 anos a cidade terá. E eu pensando em transferir o título. Difícil votar no DF.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sempre participava dos eventos do Arquivo Público do RS e tenho saudades..mato elas olhando os folders que ainda me enviam. E que surpresa ao receber a programação da Semana da Consciência Negra e ver que deram o nome do Marcos ao Auditório. Que linda homenagem a esse professor, meu antigo orientador que foi um dos caras que mais colaborou com a preservação dos acervos e mais incentivou seus alunos a frequentá-los. Já escrevi aqui um post sobre o Marcos, linda pessoa que foi embora muito cedo.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009




Voltei essa semana do Maranhão. Ainda tô pensando sobre o que achei de lá. A cidade histórica é grande pero detonada. A família Sarney, que governa o Maranhão há séculos, não tem interesse em preservá-la. Pra que? Muito pelo contrário, O Convento das Mercês, casarão do século XVII, patrimônio cultural da humanidade, foi tomado(não é tombado) pelo Sarney pra fazer ali seu memiorial. Muita cara de pau, além de ter afanado o prédio que pertence a tod@s, lá se encontram os objetos, incluindo os carros, que ele roubou quando saiu da presidência(1985-90). O carro tava cheio de poeira e aproveitei que estava sozinha na sala e tasquei um FDP no capô. O mar também não é bonito como em quase todo o restante do nordeste. Mar aberto e com muito vento, bem parecido com o nosso do sul. Eles tmb não tem o sotaque carregado do nordeste, são mais ligados ao norte. Vi o tambor de crioula, conheci muito gringo doido, passei por esquinas de reggae e fiz amigos, pq a metade de um lugar é quem mora lá. Depois falo mais do MA. Posto fotos da cidade histórica, inclusive de igreja de 1684.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sabe qual o país foi considerado o lugar no mundo onde as pessoas mais vivem alegres?A Dinamarca. Pois lembrei dum dinamarques mucho lôco - e alegre- que conheci em Porto no 1º Fórum Social Mundial. Pontos elencados por ele sobre a Dinamarca: lá a verticalização social é pouca. Não existe essa agudização de classes como na América Latina, onde 3% da população concentram o grosso da grana e 70% 'se viram' pra sobreviver. Lá um professor, artista, médico, empresário, secretária, faxineira, têm um nível de vida muito similar e se nêgo fica desempregado, além do seguro social o estado ajuda a arrumar outro trampo. O legal também é que não há a forçação familiar e social de 'certas' profissões. O importante é o cara ser feliz em sua escolha, quer ser músico-que seja, quer ser palhaço de circo-vai nessa, e por aí vai...Outra enorme diferença em comparação com a gente é que o imposto é pago proporcionalmente, no Brasil estudos indicam que quem paga mais é quem ganha menos...Também tem a questão comportamental. É muito difícil um dinamarques casar - oficilamente- sem antes ir morar junto. É comum tmb terem filhos sem o compromisso do casamento. E para mim o que mais chamou a atenção é que lá mais de 60% - índice altíssimo- da população não acredita em Deus nem em religiões. O dinamarques nesse ponto me olhou fixamente e perguntou: - não acha interessante um lugar em que não acreditam em Deus dar certo? Taí, a Dinamarca tem muito o que ensinar ao mundo: conseguiram um certo socialismo com distribuição de renda, não precisam de deuses e podem curtir a vida numa boa..
Recebi esse poema lindo do meu amigo Henri, não conhecia esse do Manuel Bandeira. Poesia faz bem pra gente, né?

O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.

A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.

O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
- Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.

O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e que satisfaz.

O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi.
Não é a irmã que já perdi.
E meu pai.

O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti - lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009


Os trópicos e o mundo ficaram mais tristes hoje. E mais vazios. Morreu a gracinha do Lévi-Strauss. Ele viveu no Brasil por pouco tempo, mas intensamente. Aliás foi muito das coisas que ele viu por aqui, nas tribos indígenas por onde passou, que fez com que ele escrevesse seus livros, principalmente Tristes Trópicos, e lançasse as bases da antropologia moderna. Viveu por aqui entre 1935 e 39. Com 27 anos ajudou a fundar a USP. Foi um cara que me influenciou pra caralho, principlamente a ter um outro olhar para o 'outro', comecei a abrir meus olhos para a alteridade com ele. Publicou mais de 30 livros e ajudou a entender o homem e sua relação com a cultura. O impacto de sua obra foi percebido só pela década de 60. Legal um homem que acompanhou um século inteirinho e viu a entrada de um novo milênio. Legal um homem que não só viu como refletiu sobre isso. O Lévi-Strauss tinha um texto limpo, fluido, fluente, era um Proust da literatura antropológica. O Caetano citou ele numa bela canção: "o antropólogo Claude Lévi-Strauss detestou a baía de Guanabara, pareceu-lhe uma boca banguela..."ahahah, bem Strauss...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dica de literatura erótica


A História de O, da autora francesa Pauline Réage, é uma novela sadomasoquista que veio a público poucos anos antes da morte da autora. Publicada em 1954, em francês, é uma fantasia de submissão feminina de uma fotógrafa parisiense de moda que é vendada, acorrentada, chicoteada, marcada, feita para usar máscara, e ensinada a estar sempre disponível para o sexo oral, vaginal e/ou anal. Trata-se de um clássico do gênero erótico na linha de Venus in furs , pois o sadomasoquismo é seu ponto forte. É sobre uma jovem que no início joga como dominada, mas quanto mais resiste à tortura, mais gosta de ser escrava. Anos antes do movimento feminino, essa história ensina as mulheres a assumir o controle de seus desejos sexuais e não permitir que ninguém faça escolhas por elas. Em fevereiro de 1955, o livro ganhou o prêmio francês de literatura Prix des Deux Magots, embora isso não tenha evitado que as autoridades francesas acusassem o editor de obscenidade. As acusações foram rejeitadas pelos tribunais, mas um boicote publicitário ocorreu durante longos anos. Isso porque é difícil entendermos o caminho que a sexualidade pode tomar..


Acho linda essa capa do Crepax pro livro.
ONDE QUER QUE
VOCÊ ESTEJA
EM MARTE OU ELDORADO
ABRA
A
JANELA
E VEJA O PULSAR QUASE MUDO

ABRAÇO DE ANOS-LUZ
QUE NENHUM SOL
AQUECE
E
O
OCO

ESCURO

ESQUECE

sábado, 24 de outubro de 2009

Sou do Plebe Rude na Arena do CAVE no Guará II dia 25/10. Tem acontecido shows gratuitos muito legais por lá, sábado passado foi o BenJor. As pessoas têm que ir para que eles continuem acontecendo. PRESTIGIEM e divirtam-se!!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009


Acho essa pintura A leiteira, óleo de Johannes Vermeer (1632-1675) tão linda e delicada que poderia passar horas olhando para ela..que contraste de sombra e luminosidade, parece um retrato.
As vezes gasto meio tanque de gasol pra ir da Asa norte pro SIG rsrs, me perco pra carai. Acho que nunca vou conseguir dirigir nessa cidade. Eixo, eixinho, tesourinha e o escambau. Putz, se a gente perde uma entrada as vezes só tem retorno na pqp. E como o trânsito é rápido e eu sou uma merda de motorista, tudo piora. Sabe essas pesquisas que fazem perguntando quem dirige melhor? E as mulheres tentam argumentar que dirigem melhor que os homens? Pois eu sou um desserviço à classe. Sou uma péssima condutora. Tenho que andar com um co-piloto senão só chego nos lugares hoooras depois.
Ah, e sou muito desligada, esses dias ia passar o sinal vermelho. E vergonha das vergonhas não parei numa passagem de pedestres, fiquei na maior dor de consciência.. O trânsito não me merece, mas vai ter que me engolir rsrs.





Essas são obras de Glauco Rodrigues que nasceu em Bagé-RS em 1929 e morreu em 2004. Foi pintor, desenhista e gravador desde 1945.
Expôs pela primeira vez em 1948, na mostra OS NOVOS DE BAGÉ, em Porto Alegre, onde já frequentava a Escola de Belas Artes. Transfere-se para o Rio de Janeiro logo em seguida, onde estuda na Escola Nacional de Belas Artes e desenvolve sua carreira artística. Em 1950, juntamente com Carlos Scliar, Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves e Vasco Prado, cria o Clube da Gravura de Porto Alegre e o de Bagé.
Em 1960, participando do IX Salão Nacional de Arte Moderna, obtém prêmio de viagem ao exterior. Participou da Bienal de Paris em 1961, no ano seguinte viaja para Roma onde permanece até1965. Realizou exposições individuais na Alemanha (München, Stuttgard e Frankfurt). Em Roma, em 1963, expõe na Galeria d'Arte della Casa do Brasil. Em 1964, participa da XXXII Bienal de Veneza. Em 1967 recebe prêmio na IX Bienal Internacional de São Paulo.
A partir de 1969 faz várias exposiçoes individuais no Rio, São Paulo, Brasilia e em 1975, expôs, juntamente com Danúbio Gonçalves, Carlos Scliar e Glênio Bianchetti, no Salão de Atos da UFRGS, sob o título de Tradições Gaúchas.
Em 1985, realiza aquarelas de paisagens gaúchas para a abertura e vinhetas da minissérie O TEMPO E O VENTO, de Érico Veríssimo, para a TV Globo e que se encontram no MARGS em Porto Alegre.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

COISA MAIS TCHUQUETCHUQUE..RSRSRS

Marquei de encontrar um amigo no dia das bruxas, ou como está ficando conhecido, no dia de Halloween. Acho tão triste começarmos a comemorar essas datas tendo tantas datas legais e tão rico folclore nesse território de chão sem fim, que é o Brasil. É como essa enxurrada de palavras em inglês que enchem os msns, orkuts, twitters, etc. Esse anglofilismo, americanismo é a cultura enlatada vencendo nossos regionalismos, nossa brasilidade, nossa identidade. O tal Hallowenn vem da antiga cultura Celta, ritual pagão, que comemorava o ano novo dos caras, pelo menos é o que acho que é. É interessantíssimo, mas comemorarmos como se Anglo-saxões fossemos??Sabiam que desde 2004 o dia 31/10 é considerado o dia do Saci? Pô o Saci-pererê é uma ótima lenda folclórica nacional, não seria mais interessante comemorarmos nossas lendas do que macaquear os gringos? Não quero ser chata, com arroubos nacionalistas, só quero refletir um pouco sobre isso. Afinal quando uma cultura externa consegue sobrepor-se às locais isso é o que? Imperialismo? E quando conseguimos comemorar nossas próprias lendas creio ser resistência. Ah, já ia esquecendo, vou comemorar no dia 31/10 o dia do Saci, pq além dele ter a malícia, a ginga e superar suas limitações - como boa parte dos brasileiros, ele é o mascote do meu time o Internacional!

Segundo o Brasil-escola:

O Saci-Pererê é uma lenda do folclore brasileiro e originou-se entre as tribos indígenas do sul do Brasil.

O saci possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e sempre está com um cachimbo na boca.
Inicialmente, o saci era retratado como um curumim endiabrado, com duas pernas, cor morena, além de possuir um rabo típico.

Com a influência da mitologia africana, o saci se transformou em um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira, além disso, herdou o pito, uma espécie de cachimbo e ganhou da mitologia européia, um gorrinho vermelho.
A principal característica do saci é a travessura, muito brincalhão ele se diverte com os animais e com as pessoas, muito moleque ele acaba causando transtornos como: fazer o feijão queimar, esconder objetos, jogar os dedais das costureiras em buracos e etc.

Segundo a lenda, o Saci está nos redemoinhos de vento e pode ser capturado jogando uma peneira sobre os redemoinhos.
Após a captura, deve-se retirar o capuz da criatura para garantir sua obediência e prendê-lo em uma garrafa.
Diz também a lenda, que os Sacis nascem em brotos de bambus, nestes eles vivem sete anos e após esse tempo, vivem mais setenta e sete para atentar a vida dos humanos e animais, depois morrem e viram um cogumelo venenoso ou uma orelha de pau.


terça-feira, 20 de outubro de 2009

O rosto dele era um mapa geográfico. Mapa físico, cheio de ranhuras. Não era velho - era marcado, lanhado. Quando o vi pela primeira vez senti certa repulsa. Nunca o vi bebendo água, a isso atribuí sua secura. Acordava bebendo qualquer líquido que contivesse álcool. Nunca água. Com nossa convivência fui me acostumando e esse fato tornou-se natural. Habituamo-nos com tudo, ou quase tudo. A casa ficava numa colina, na verdade num declive que chamávamos colina. O aluguel era em conta, podíamos pagar com o que descolávamos nas ruas dando pequenos golpes. À noite o trânsito de pessoas era incontável, acordávamos sempre com gente estranha espalhada pela casa. Nossa vida era levada em meio a bruma da fumaça e dos vestígios de diálogos. Não lembro de grandes conversas. Lembro de grandes olhares, de sensações. As palavras não eram nosso forte. Foi assim até o fim. Sou um sujeito de poucas palavras e ele também o era. Não sei quando nos apaixonamos por ela. Creio que foi no mesmo dia que nos desapaixonamos por nós mesmos. Ela era fatal e deliciosa. Quando a preparávamos, no início, era tão prazeiroso que posso sentir seu gosto ainda hoje. Quando ela nos dominou já não tinha tanta graça assim. Acabou com ele caído ao chão, o arpão no braço e o último papelote dela em cima da estante. Nunca mais senti seu toque.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Respondi a um anúncio de uma 'faculdade' de Brasília que pedia um professor de história com no mínimo especialização. Bueno, tô querendo voltar a dar umas aulinhas, então respondi ao anúncio. Me ligaram na sexta-feira e marcaram a entrevista pra hoje. Pediram para os candidatos escreverem uma redação sobre ensino à distância. Óquei, escrevi e me postei na fila para a entrevista. Pelo que pediam no anúncio e pela seleção achei que era uma vaga para professor desses cursos à distância que pipocam pelo Brasil. CHOQUE, quando a 'coordenadora pedagógica' diz que era para ser monitor do curso. Um professor dá aulas por video-conferência e o monitor fica em sala de aula, logo quem está alí fisicamente dando aula é o monitor. As aulas seriam todas as noites das 18:30h às 22:50h em Samambaia, ah! E mais aos sábados. Quando ela falou o salário por essa carga horária eu comecei a rir, sério, ri de nervosa. Sabe quanto? R$ 569,00, que com os descontos e o que eu iria gastar de gasolina daria o que? Uns R$350,00?? Muita cara de pau e má fé. Te contratam como 'monitor' para fazer trabalho de professor universitário e ainda por cima têm o topete de exigir especialização. Meu, além de dizer para a entrevistadora, que eu não iria querer a vaga por que não achei minha formação no lixo, denunciei-os à Secretaria de Educação. Nós temos um piso estipulado a ser pago. Fiquei orgulhosa que tod@s que disputavam a vaga para história se negaram a pegar, mesmo quem estava desempregado. Sabemos pq essas 'faculdades' pagam esses salários ridículos: pq tem gente que prostitui seu conhecimento e pq cada vez mais a educação é nada!
Tô indo pro Maranhão dia 6/11, 2 dias pra conhecer e os outros de trampo. Não conheço São Luís, que é a única cidade brasileira fundada pelos franceses...Quem tiver alguma dica que não seja os lençóis maranhenses, escreva!!
Estávamos na auto-estrada voando num carro que devia ter uns 30 anos de uso. Mas era classudo, um rabo de peixe que em seus dias de glória fizera bonita figura. Eu não ia ao volante. Nunca dirigi. Nunca gostei. Resquícios da forçação de meu pai, um cara que sonhou a metade da vida com um possante que nunca pode pagar. Meu velho é um camarada que nasceu numa dessas cidadezinhas minúsculas do Hemisfério Norte. Quando eu mal tocava nos pedais de um carro ele já me colocava na direção. Pobre diabo, eu nunca quis dirigir. Meus homens sempre o fizeram por mim. Mas nesse dia, corríamos feito loucos pela pista, sem medo nem frescuras. O cara do volante bebia doses em cada gole, eu fumava meu baseado tranquilamente tentando ver a paisagem que passava como em flashes. Concretamente, éramos um bando de desocupados sem culpa de sê-lo. Víviamos com recursos de pensões, pecúlios, etc,.. sem maiores preocupações em ter que garantir o sustento. O que ganhávamos dava pra pagar a bebida, o baseado e meter o pé na estrada. Parávamos somente para comer ou vomitar - incrível como a qualidade da bebida decaiu nesses últimos anos. Passávamos desapercebidos pelas cidades maiores, mas nas pequenas, praticamente éramos atrações de circo. Viajávamos em seis, transávamos entre nós, e com quem nos agradasse pelo caminho. Nunca nos aborrecíamos uns com os outros - havia uma espécie de pacto silencioso de não nos atentarmos com coisas que a maior parte das pessoas se aborreceria: pés sujos, migalhas pelo carro, baganas, falta de banho, bebidas derrubadas,..Não deixávamos que nada nos indispusesse uns com os outros. Você deve estar se perguntando:- Pô ,quem vive assim tão desencanado? Conviver é sinônimo de treta..Mas conosco não. O único pacto implícito era o de que quando começassem os atritos o grupo se separaria. O que ocorreu 13 meses e 21 dias após o início de tudo. Foi num final de tarde alaranjado, cada qual com seu copo na mão..

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Muito legal o espaço do Teatro de Arena no Guará. O festival de blues trouxe grandes nomes e músicos excelentes. Dá uma pena que tenha ficado vazio. Era de graça e tinha música de qualidade, mas não lotou, sequer encheu. Ouvi de um cara: - se fosse axé tava lotado..Triste isso, né? Muito triste..

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Brasília tá cheia de coisa boa pra fazer nesse findi: Hoje no Complexo da República Hamilton de Holanda com Hermeto Pascoal de GRAÇA, também free tá rolando o festival de Blues no Plano e no Guará. Pra quem tem uma grana no bolso pode ver o Pet Shop Boys na Marina e com menos grana se vê Renato Teixeira ou o lindo Zé Renato no sábado.
Além de outras cositas mas.
Aproveitem!!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Imperdível. Blues na veia!! http://www.festivalrepublicablues.com.br/

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Mais um aniversário em Bsb, foi o 3º. O do ano passado foi num sábado e passei com uma dor da porra, se não fossem os mimos recebidos, teria sido insuportável. Esse ano foi gente que eu não esperava e faltaram outras que eu tinha certeza que iriam- é, tudo que é sólido se desmancha no ar..
Minha amiga Reichel queria ir dançar depois de jantarmos, optamos por bailar ao som da Elza Soares e do Farofa Carioca na Esplanada. Viva os shows frees e ao ar livre, viva a Esplanada sendo ocupada, aproveitada, alegrada. Eu tava alegrete de estar com meus amigos daqui de Bsb, e feliz que os de Poa, Recife, Minas, Natal estavam me ligando pra dar um alô. Mas sabe aquela tristezinha por não querer envelhecer? É mais difícil pra alguns..Ainda bem que eu penso nisso mas daqui a pouco vem a vida e xit! Dá uma chicotada de ensinamento na gente. Pô cara, a Elza entrou no palco com quase 80 anos, e tava lá cheia de vigor, de felicidade de viver a vida e toda malhadinha rsrss. Sou um bebê ainda, tenho muito pra viver, conhecer, aproveitar. Ah! E a Reichel que tanto queria um namorado começou a namorar no meu niver e meu maior presente é que ela tá feliz que saltam faíscas dos olhos..

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Depois de muitas discussões meu niver vai ser comemorado sábado no Acarajé da Rosa da 210 Norte. Estão tod@s convidados. Depois vamos sacolajar o esqueleto no Gate's ou em algum lugar que esteja aberto e com boa música . Não queria mais fazer aniversário...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Depois de 2 anos em BsB, fui no meu 1º Porão do Rock. Ah, os puristas saudosistas vão dizer: Não é mais a mesma coisa..claro que não é, o tempo passou o troço cresceu e virou 'produto'. Buenas, achei legal que o meu 1º tenha sido o da mudança para a Esplanada e de graça. Quando li que eles iriam fazer um palco giratório, para que enquanto uma banda estivesse se apresentando, a outra já estivesse preparada no outro palco, garantindo assim uma dinâmica legal, achei bacana. Mas não foi bem assim...Faltou a organização que teve no Rola Pedra, dois palcos: quando acabava um show era só ir para o palco ao lado e rapidamente começava a tocar outra banda. Mas achei legal, adoro showzinho ao ar livre, free, todo mundo na boa...Vou ter que confessar, apesar de várias bandas legais terem passado, o que eu cantei mesmo, aos plenos pulmões rsrs foram as do Legião..Por problemas técnicos, perdi a Cachorro Grande, uma lástima. A fiquei impressionada também com a quantidade de homem feio, taí a Cleozinha que não me deixa mentir rsrsrs.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Fico pensando em coisas, objetos, eventos e imagino as origens de cada coisa. É um bom exercício literário e de imaginação. Vamos aos meus mitos fundantes do coquetel (cockteil).

Por volta do século III, uma tribo guaraní, cultuadores da divindade 'avycuè', em sua homenagem teriam misturado um composto de cevada triturada entre os dentes das mulheres intocadas da tribo, e parte de aguardente produzida do milho. Posteriormente, com o contato, os europeus, depois de a beberem, teriam batizado de cock (de cocar, lugar mais alto) e teil (som de tél, que em guaraní significa inconsciência). A bebida ficaria conecida por seus picos de inconsciência, por muitos séculos.

No Candomblé do Paty, no ano de 1824, os escravos da Fazenda do Alferes, reumiam-se com a permissão do senhor e das autoridades locais para comemorarem, uma vez ao mês, suas entidades. Reza a tradição oral que no mês de Chapanã, o orixá do corpo, seus seguidores, crentes que a maturação do milho (alimento do orixá) continha propriedades regeneradoras, misturaram-no com uma raíz forte. Chacoalharam-no num ritual de dança e transe. As palavras proferidas durante o rito, tinham a sonoridade de 'coquitel', que assim foi batizado por um português curioso dos rituais dos negros, que estava no terreiro do Paty naquela noite.
Na Escócia do século XIX, o Duque de Cantemburry, enamorado da Condessa de Coqueteil, paixão não declarada, queria preparar-lhe o que havia de melhor: sua mesa, seu quarto, seu banho, sua alimentação. Contudo, o Duque queria adular-lhe com alguma delicadeza especial em sua chegada e perturbado pela situação, ao preparar-lhe o espumante gelado, derrubou gim dentro da taça, o que coincidiu com a chegada da musa, que abatida pela estrada, regozijou-se com a visão da taça suada e sentenciou ser aquela a melhor bebida já degustada por ela. Imediatamente o Duque chamou seu registrador-mor e lavrou um documento patenteando a bebida em homenagem a sua indireta inspiradora.

Em 1430 a.C., no Vale do Fértil Crescente, a princesa babilônica Isthar, aborrecida com a traição de seu pretendente Aminófiles, resolveu vingar-se de sua rival, a nebet-per Carlissa. Preparou-lhe uma bebida ritual cuja receita lhe foi passada por seus ancestrais e era utilizada em tempos imemoriais como vingança aos inimigos aprisionados em guerra. A bebida consistia na mistura da fermentação de duas espécies de sargaço do Rio Eufrates, fermentado durante seis luas com o veneno da serpente cóquis. A bebida tinha um sabor exótico, agradava a vítima que sequer imaginava seu resultado final. O líquido ficou conhecido e igualmente temido por todos, por resultar em comportamento nada adequado, principalmente nas mulheres. O estado de alteração da sensibilidade e da motricidade fazia que quem ingerisse, cometesse atos incompatíveis aos costumes da população. Após isso, eram rechaçados tendo que afastar-se do grupo para nunca mais retornar.

Pesquisa da Times de 1966, busca as origens do coquetel, drink muito apreciado na América do Norte. As fontes da pesquisa consistiam nos anúncios dos jornais de todos os estados abrangendo os anos de 1824 à 1936. Essa apurada pesquisa histórica, incomum entre a maior parte dos jornalistas, resultou no conhecimento da 1ª vez que foi registrada a palavra. O primeiro anúncio que resultou no batismo da bebida foi escrito em 19/05/1897, pelo Dakota News, por um anunciante de elixir que tinha propriedades para 'apaziguar corações partidos', o "coquetel do amor" seria a solução dos problemas. E continha alta dosagem de álcool.
Mais uma onda de repressão à palavra e à liberdade de expressão está rondando a América do Sul. O governo de Cristina Kitchner, 'sensível' às críticas da imprensa, particularmente às do periódico O Clarín, resolveu enviar ao congresso medidas que colocam uma mordaça nos meios de comunicação. Cercear os meios de comunicação me cheira a golpe.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Tu é puta ou é santa me perguntou ela. Aquilo ecoou na minha cabeça dias e continua agora, firme, forte e em espirais. Ela tinha um jeito duro e lento de falar, penetrava na gente. Contava , sem traços de auto-piedade, dos abortos que fez em lugares fétidos, das surras e curras que levou- a violação a uma puta é sempre demonstração gratuita de um ódio a liberdade, porque se tens acesso ao corpo não precisas tomá-lo à força. E no meio disso tudo:-tu é puta ou santa? E eu que sei?Ela parecia saber que mulheres como eu buscam desesperadamente serem livres no que diz respeito ao sexo. Vocês não querem machos dominadores, mas querem conforto pra levar a vida. Não querem dar satisfação mas querem viagem pra Europa, querem ter liberdade mas com uma jóia no dedo. A mulher era dura e lenta.Liberdade ou segurança?Puta ou santa?Me disse que tinha medo de drogas e bebida. Depois de 5 overdoses e de um princípio de cirrose ficou ressabiada, mas nada que allterasse sua vida.Tem marcas e cicatrizes pela delimitação territorialista de sua área de trabalho, principalmente com as travecas. Tem que ser forte - bater mesmo senão as vecas levam o ponto, não gosto delas. Depois me conta que uma de suas melhores confidentes é uma..Perto das suas experiências, todas minhas dúvidas e experiências eram por demais infantis, burguesas e até saudáveis.Sair com um homem transar enlouquecidamente com ele e ficar triste pq ele não liga no dia seguinte é ser puta? Não, puta é bem mais livre que isso. A pergunta dela puta/santa, me fez pensar que mulher mediana acredita na balela:sou bem sucedida, tenho o corpinho em dia agora só falta o machinho adequado pra babar em mim. Essa mulher que diz querer curtir sua vida sem amarras e tabus, mas não suporta que o homem não ligue ou não diga que ela é maravilhosa, nada mais é do que a Amélia com grana no bolso. A puta é muito mais livre e honesta do que a média/mediana que dá pro seu parceiro pq se acomodou e diz -não tá lá essas coisas mas tá bom assim, pq pelo menos tenho alguém..Ela disse que me reconheceu de imediato como puta, mesmo de óculos, livro na mão e pagando minha própria bebida. A pergunta puta/santa foi pra sacanear e completou de saída -eu sou puta, tu é só uma ameaça, um arremedo.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Adoro essa letra...

Sinceramente, você pode se abrir comigo
Honestamente, eu só quero te dizer
Que eu acertei o pulo quando te encontrei
Acertei

Eu sei a palavra que você deseja escutar
Você é o segredo que eu vou desvendar
Você acertou o pulo quando me encontrou
Acertou o pulo quando me encontrou
E então o nosso mundo girou

Você ficou e a noite veio
Nos trazer a escuridão
E aí, então, eu abri meu coração
Porque nada é em vão

Gostei do seu charme e do seu groove
Gostei do jeito como rola com você
Gostei do seu papo e do seu perfume
Gostei do jeito como eu rolo com você

Sinceramente, você pode se abrir comigo
Honestamente, eu só quero te dizer
Que eu acertei o pulo quando te encontrei
Acertei o pulo quando te encontrei
E então o nosso mundo girou

Você ficou e a noite veio
Nos trazer a escuridão
E aí, então, eu abri meu coração
Porque nada é em vão
Estava saindo de um dos hospitais da 910, com a perna suturada com 6 pontinhos, toda tristinha, mó pra baixo quando chego na parada de ônibus e tchan! Que sensação boa me absorveu - olhei pro chão e tinha poesia. Brasília é uma cidade que me surprende muitas vezes. Gosto daqui. Algumas das coisas únicas da cidade são: um açougue que disponibilizou bibliotecas em paradas de bus (fantástico!), uma oficina mecânica que depois das 19h vira um teatro de arena, uma mendiga que atravessa a cidade com tailler bem cortado de cetim, e agora essa mavarilha: poesia no que antes era buraco e pauta de jornal. Saiu algumas vezes nos periódicos e TVs de Brasília, que partes das calçadas da W3 Sul estavam intransitáveis. Além das constantes reclamações dos moradores e andarilhos daquelas bandas. Só que uma pessoa, ao invés de reclamar dos buracos e amaldiçoar os tropeções, foi lá, juntou as pedrinhas em mosaico e tchun! Fez poesia..e da boa, viu? Tomara que façam em mais e mais calçadas. Ah! O nome do poeta é Louco de Pedra...E elas estão nas calçadas da 510.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sabe quando a gente tá com várias idéias, mas sem nenhum saco pra por no 'papel'? Pois é comecei a escrever um texto e parei no começo...Sábado é o dia de minha prova no Detran. Tô achando que vou me fuder. Cara, hoje em dia tu não pode nem respirar no trajeto que nego te reprova. Quando eu tiver com saco escrevo sobre Pernambuco. Terra boa, viu?

sábado, 15 de agosto de 2009

Cheguei com chuva, cheirinho de mar e chuva..Agora um céu lindo e azul. Tô indo pra praia..vida mais ou menos...Decididamente fico triste longe do mar..Tô em Boa Viagem, só boto a pontinha do pé no mar é área de tubarões rsrsr. À tarde e amanhã rolé por toda a orla e Olinda, a galera tá se revezando pra me levar pros lugares. Os recifences são mucho queridos...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Como diria o Milton, as chegadas e partidas da vida são dois lados da mesma viagem...Domingo partiu um grande cara e no dia 15 é a chegada de 1/4 de século da Paola. Como não vou estar em Bsb e não poderei prestigiar a festa em sua nova mansão rsrss, vou deixar meu presente aqui pelo blog mesmo. Achei um texto de nosso muso em comum - Rubem Fonseca, o octogenário mais sexy do Brasil, quiçá do mundo. Olha só Paolinha, te deleita no Fonseca descrevendo como se trata uma mulher. Coisa linda!

" Eis o rito: a mulher deita-se na cama, inteiramente nua, e você contempla seu corpo, da cabeça aos pés, de frente e de costas. Depois, aproxima o seu rosto do corpo dela e sente o aroma de cada parte do corpo, dos cabelos, das axilas, dos seios, dos pés, da vagina, das costas, das nádegas. Em seguida, prosseguindo no ritual, sente o sabor da mulher passando a língua em todo seu corpo, nos lábios, na língua, nos seios, novamente nas axilas, na barriga, no umbigo, nos pés, na vagina - onde a língua deve explorar todas as reentrâncias, pois os sabores da vagina são inúmeros e variados em cada fragmento, e, em certos momentos, você deve fazer um cone com a língua e enfiá-lo o mais fundo possível nessa frincha voluptuosamente saboreável. Depois as nádegas e o ânus. A língua deve percorrer e descobrir os prazeres contidos nesse mágico orifício de altíssima sensibilidade que pode proporcionar um deleite excelso. Somente após esses prolegômenos devemos introduzir o pênis na deslumbrante greta, que estará balsamicamente vaporizada, preparada para recebê-lo."

Vixi, o que é saber tratar uma mulher hein? Espero que tenhas gostado, é um texto fresquinho que não saiu em livro ainda.
Ah! Como eu não posso deixar de te sacanear, esse é o homem que me deu um disco do Chet Baker...

Feliz tudo Paolitx!!!!Na minha volta a gente toma umas!!!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ontem o Chao fechou os olhos à luz. O pai do meu melhor amigo Henrique deve estar sendo enterrado nesse momento e não estou lá com ele...Meu coração tá apertado pq sei a falta que ele deve tá sentindo num momento desses. Além de estar muito triste por ele, estou triste pra caralho pq o 'Seu Antônio' - Chao para nós, era um grande sujeito e arrisco a dizer que ele deixou-se ir no dia dos pais pq essa era uma qualidade dele que ressaltava acima das outras. Ele era um grande pai, sempre 'mimando' os filhos e a todos nós. Morreu um grande sujeito, pai do maior dos amigos.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Hoje o b...mandou eu acelerar com sinal fechado. Meu, ele é o anti-instrutor, o cara devia fazer um manual pra quem quer ser um piloto contraventor. Taí- Manual do condutor contraventor, por b....Pois não é possível e claro tudo mantendo uma 'ética profissional' como ele fala. Hoje também ele me fez o 1º elogio: - tá melhorando um pouquinho. Eu pensei: - e tu cada dia pior... Depois que acabarem essas aulas eu volto a escrever putarias, reflexõe e afins. No momento 'ele' me toma todos os pensamentos rsrsr.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

AH! E tem mais a Dora nasceu!!!!!Dia 1/8. O Nini disse que é linda, tranquila e com muita saúde. Parabéns Nilson, tu merece uma filha linda assim. Eu não te dei uma mas uma alma boa o fez. rsrsrs. Beijos pra vocês. E manda as fotos logo!
Buemba, buemba!!Vanvader pro cipó do trânsito.Não posso me furtar de dividir minhas experiências como aprendiz de trânsito tendo um instrutor tão sui generis como o meu. Olha só o que o bigodinho me aprontou ontem: me buscou com uma outra aluna, que já tá fazendo a milésima aula mas não quer dirigir. Estamos lá, no trânsito, quando ele pede pra que eu entre aqui e ali- um caminho bem diferente do que a gente faz- e pare no pátio de uma escolinha infantil. Sem falar nada, desce do carro e volta com um menininho duns 3 anos muito lindinho. Tá, pensei, veio trazer o neto pra gente conhecer. Ledo engano, tacou a criança no banco de trás com um cinto todo frouxo-sem a cadeirinha de criança- me olhou e disse:- toca! Caralho, se sou aprendiz, tô num carro de auto-escola, posso levar uma criança sem cadeirinha, com cinto fudido no banco de trás? Claro que NÃO, mas o pior tava guardado. O 'toca' dele era em direção à BR - um aprendiz não pode ir pruma BR, não pode nem colocar a 5ª marcha...Buenas Benevides , o lôco me fez pegar uma BR em direção à Estrutural. Quando vi no que tinha me metido só olhei a criançinha e pensei:- não posso ratear. Toquei mais de 80KM, ultrapassei, buzinei, fiz tudinho que tinha direito e o nenê lá atrás sem um pio. Tadinho..Cara, o bigodinho é louco, fazer uma aluna buscar e levar o neto num lance completamente ilegal e depois de tudo isso sabe o que ele me disse quando fiz uma pergunta?:- tenho que manter minha ética profissional. ahahahah. Vô ali pingar o colírio de LSD....Vrummmmm

sábado, 1 de agosto de 2009

Tô quase morrendo aqui no trampo. Ontem a bagaceira foi grande. Uns caras que tocavam muito foram na Rose, cara ela nunca viu tanto cliente. Tava massa, mas como tudo é ing/iang hoje tá foda me concentrar. Como diria o macaco Simão: Extra Extra, VanVader pro cipó das 11. E no país da bundocracia a Preibói inovou, colocou uma mina com 3 piercings na xeberéu, três bês pq ela é uma ex-BBB..ahahaha, nóis sofre mas nóis goza. Deixa eu ir ali pingar meu colírio alucinógeno. O Macaco Simão é uma da únicas pessoas da imprensa que leva o Brasil a sério. Sério mesmo. Continuando a homenagem: Extra Extra, no país da literatura- afinal temos Paulo Coelho, outra ex-BBB (bagaceira, bruxa e bisca?) 'lançou' um livro, cuja principal informação é sua bissexualidade. O que queriam?Que ela desbancasse a Teoria da relatividade? Pô!Vô tomá chá de fita. É nóis nela.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Quando eu nasci os astros apontaram para mim e disseram:-teu carma é sofrer na mão de um instrutor do Detran. Caralho véi, o cara hoje simplesmente não apareceu!! E eu levantei que nem um Zumbizão na maior ressaca de ter ido Beirutear ontem. Pq eu não troco de instrutor? Essa é uma longa história e não vale a pena contar, mas ô bigodinho abusado.
Vi que tem uma nova doença, irmã da anorexia- a alcorexia. Desde a semana passada tô meio alcoréxica, um regimão fudido que eu queria incluir a restrição do álcool, mas quem mora ao lado da Cléo não te escapatória, ela já me fez conhecer tudo que é buteco do Guará, o repertório dela é vasto. O que tenho de fã cachaceiro é pra Guiness rsrsrs. Ops, Guiness é uma bela cerveja. Mas voltando, se não fosse a bira eu tava mais magra, agora trocar a comida pela bebida- a tal alcorexia, também já é demais.
Ontem a Reichel dirigiu pela primeira vez como habilitada e numa BR, eeeeeeeeeeeeeeee, viva eu viva tu viva o rabo do tatu.
Nini, deixa um recadinho pra euzinha, deixa. Tu faz comentários bons no skype e aqui nada. Tô chateada com meus 5 leitores rsrsrsr.
Minha mãe vem em setembro, até que enfim vai largar o Saidi pra conhecer Bsb. Dois dias na cidade pros clássicos programas de turista e depois chapada e Piri, que beleza!!!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Achei que só tinha 2 leitores, mas descobri que tenho pelo menos 5. Nossa!!Que Blog popular, rsrsrs. Essas 5 pessoas, as vezes 7, fazem comentários comigo do que lêem aqui, mas nunca deixam recadinho. Ah, deixem vai. Principalmente o Tiago, que faz críticas pertinentes e até fez eu tirar um texto muito 'clichê'. Beijinhos aos leitores.
Odeio dirigir, odeio as aulinhas do Detran, odeio meu instrutor. Cara e ele ainda quer dar beijinho na saida com aquele bigodinho anos 30, bem fininho. E tem um cheiro de guardado no armário. Pago pra sofrer, pode?Vrummmmm

terça-feira, 28 de julho de 2009

Cena 1 - canal de tv aberto: kelly Key no palco, fazendo muita força para lembrar de acontecimentos de 3 anos atrás - pô não forcem a bichinha...Erra a questão e entra um vídeo para 'ilustrar' a próxima pergunta. A 'cantora' aparece num concurso de beleza chamado Garota do chopinho, devia ter uns 10 anos, com cabelão tipo pantera e maiô atolado na bunda. Cara é por aí que a gente vê o investimento e dedicação de uma mãe: levar a filha de 10 anos prum concurso com maiô atolado no rabo e com patrocínio de bira. É fantástico e também é um pouquinho de Brasilll ôô.

Cena 2 - outro canal aberto: o Leandro e Leonardo (o que não morreu), responde a questões inteligentíssimas feitas por uma 'repórter' que está mais interessada em seu melhor ângulo. Questionado sobre o comportamento de seu filho, que está confinado em um desses reality show ,respondeu sem vergonha alguma: - fico muito feliz que ele tenha aceitado participar do programa, assim posso conhecê-lo melhor, ver do que ele gosta. E sabe que fiquei impressionado em ver como ele é parecido comigo? O filho do cara deve tá participando do Show deTruman. É um pouquinho de Brasilll ôô.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Minha amiga Paola gosta de listar as coisas, volta e meia ela faz listas em seu blog. Inspirada em Paola vou listar coisas boas, gostosas dessa vida:
- andar em pêlo de cavalo numa manhãzinha com geada;
- chorar na chuva;
- comer feijão de geladeira;
- voltar pra casa depois de um tempo fora;
- ver o mar em qualquer ocasião;
- beber vinho bom em ótima companhia;
- viajar, viajar, viajar;
- passar a mão em pêlo de gato sedoso;
- enfiar a mão em cesto de grãos de mercado;
- beijar uma boca há muito desejada;
- pintar a unha de cor duvidosa;
- andar descalça numa praia de areia fininha;
- observar o andar dum felino;
- esperar telefonema da pessoa amada;
- abrir e-mail de amigos distantes;
- tomar a primeira cerveja gelada do dia;
- ler um livro;
- ouvir música;
- escutar alguém que tenha algo a dizer;
Pronto! Passagem pra dia 14/8 rumo à Olinda!! Lindas ladeiras, becos, casario antigo, negros maravilhosos. Acho que o período sabático já tem data pra acabar....rsrsrsrs
Tu já passou por um período sabático sexual? Vamos lá, primeiro o que é período sabático? O termo Sabático vem do hebraico shabbath, que significa repouso, parada, descanso. É o dia de recolhimento semanal dos judeus, que acontece no sábado; é o dia de recolhimento semanal dos muçulmanos, que acontece na sexta-feira; é o dia de recolhimento semanal dos cristãos, que acontece no domingo. Nessa perspectiva, o período sabático é um afastamento inspirado por uma motivação íntima. Logo, sabático sexual é uma pausa/repouso/descanso de sexo. Enlouqueci? Quem sabe...Uma outra única outra vez fiz esse "retiro". Mas não vale quem tá jogada em casa e não recebe nenhuma proposta rsrsr. Caritó não vale, período sabático sexual é quando tu escolhes dar um tempo. Em meu caso, precisava pensar sobre o sexo mesmo, para não voltar a cair em armadilhas por causa dele. Já faz 10 anos do meu outro 'repouso', será meu sabático sexual um apreciador das décadas?Uma menina de 17 anos, que conheci esses dias, ao saber de minha decisão, não se conformou, disse que o que faltava era eu dar uma chance às mulheres pois os homens não estavam com nada. Mas e quem disse que tem a ver com homem/mulher? Tem exclusivamente a ver comigo. Período sabático sexual é uma fase muito egoísta, já que não compartilhas nem o corpo com o outro.Tem um período de duração?Não, cada um determina sua parada/pausa/descanso.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Tristeza não tem fimmmmm, felicidade simmmmmm. Hoje tô tão triste. Alma seca, pele seca, mente seca, mão seca.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Tem duas coisas nessa vida que já fiz e que são muito, mas muito..hummm, estranhas?bizarras?curiosas? Sei lá, mas lembrei delas hoje: Já tomei chá de fita e já fiquei perdida em Moscou. Vamos ao primeiro ponto, chá de fita?hehehehe, sim era esse o nome de um dos alucinógenos de pobre dos anos 80. Não é fita de cabelo, fita inaugural, fita de jogo, é fita cassete mesmo. Sei lá quem teve a brilhante lembrança da 1ª vez, mas alguém lançou na mesa algumas fitas cassetes e suplicou: - toca na panela e faz um chá! hahaha. Cara, chá de fita. Essa nem o velho Bukowski faria, há que se ter o mínimo de elegância, mesmo na chinelagem. Não lembro se deu algum barato, mas lembro do caldo horroroso que ficou e das fitas todas destruídas..Lembro tmb que pensei muito nas minhas fitas e que jamais faria aquilo, nem por uma viagem às galáxias..Ah, sim, na década de 80 gravávamos muitas fitas. Grosso modo, as cassetes eram os mps de hoje.
Quanto à Moscou é um pouco mais complicado..O Brasil recém entrava em sua fase democrática, quando alguns grupos de esquerda - que ainda acreditavam nas armas e na formação de jovens para seus quadros, lançou um convite para alguns. Como mocinha esperta, bonitinha e novinha, "os quadros" do partido acharam que eu poderia render uma versátil militante. Buenas, munida de documentos falsos, com a ilusão de que na Rússia a população tmb falava espanhol - afinal eram hermanos de Cuba- e cheia de "cursinhos de formação" na cabeça, entrei no avião. Nossa ida pra lá era 'clandestina', e eu comecei a passar mal daqui do Brasil. Pra encurtar a história, ao chegar lá vomitava até os ossos. Ao ver a cena, o nosso homem em Moscou me mandou prum hospital russo, que vou poupá-los de descrever. O espanhol que entendiam era a palavra Fidel, e isso se falasse bemm devagar. A única palavra que eu aprendi na marra era wuadja- assim se pronunciava, que queria dizer água. Fiquei 3 dias lá sem uma visitinha sequer e sem nenhum de meus parentes saber que eu estava em outro Hemisfério. Foi alí que comecei a desacreditar da solidariedade da esquerda..Melhorei um pouco me colocaram noutro avião e me despacharam pra casa. Vi Moscou da janela do hospital e do avião. E a militância começou a ficar com gosto de chá de fita.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Ele vai chegar. Ele vai chegar! Os pensamentos vinham aos pulos, acompanhando as batidas do coração. A melhor parte de seu dia eram esses passos que chegavam abafados pelo tapete espesso. Era sempre aquela expectativa. Aquele amargor na boca, o suor nas mãos. Naquele dia vestia um conjunto novo, mais recatado do que da última vez. Achava que combinava mais com o homem que viria naquela tarde. Eram sempre homens que conhecia ao acaso. Na farmácia, na academia, no mercado. Ali podia entregar-se. Era seu momento. Seu canto para o prazer. O que sentia nessas tardes a fazia lembrar das antigas aulas de literatura quando leu um conto da Lispector chamado Felicidade clandestina. Agora, 30 anos depois, podia entender o que era essa felicidade. Era um sentimento de indivisível, de algo que era só seu. Depois dos passos ,veio ele. Cheio de sede, tomou-me de cheio, sem tempo para que sequer esboçasse alguma reação. As delícias que proporcionavam essas lânguidas tardes era o que preeenchiam sua vida de mulher de sociedade elegante e que sabia receber, de mãe perfeita e esposa extremada. Eram três horas que tinha somente para si. Aproveitava cada minuto. Desde a hora que frequentava lojas de lingeries e sex-shops, até o momento fatídico dos passos abafados. Cada um ensinava a sentir-se como mulher de um jeito. Tocavam-na de maneiras diversas, abrindo muitas possibilidades de prazer. Ao final, restava tomar uma ducha, colocar sua lingerie de mulher casada e séria e rumar para casa, onde teria que dar as últimas ordens para que os empregados deixassem a casa impecável para a chegada do marido. Até a simetria da toalha devia estar perfeita. O marido era muito detalhista e após os filhos terem partido, as coisas se agravaram. Mas não podia reclamar, afinal ainda tinha suas tardes. Sua felicidade clandestina.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Tenho uma amiga muito sacana. E que, as vezes, me leva para suas sacanagens. Ela tem uma bela vida - não é rica, mas como o pai é diplomata, morou em vários lugares do mundo até estabelecer-se aqui na cidade. Volta e meia, ela recepciona alguns amigos estrangeiros quando eles aportam por aqui. Numa dessas ela me liga e solta: - vamos ao restaurante X esta noite? Preciso encontrar um russo e um italiano que conheci em Estocolmo. Como boa amiga que sou, aceitei na hora. O restaurante era o da moda, o do momento. Essa minha amiga gosta muito do que é in, gosta de aparências como ninguém. Deve ser por isso que está sempre impecável, lindíssima. Cheguei no horário marcado. Costumo ser pontual. Claro que ela não. Sentei-me ao balcão e 15 minutos depois senti uma lufada de vento e de perfume caro subir-me às narinas. É ela que entra escoltada por dois belos exemplares masculinos. Os dois altos, um castanho, outro meio arruivado. Ambos muito másculos. Após as apresentações corriqueiras nos sentamos na mesa reservada por ela. Noto que minha amiga está "diferente" hoje. Parece mais elétrica e mexe-se como um polvo. Não pára. Chega a ser enervante. Falamos em inglês, que eu, muito a contragosto falo - até entendo por que o francês foi substituído pelo inglês como língua "universal", mas nunca vou aceitar. A amiga convida-me para ir ao banheiro. Coisinhas de mulheres, sussura ela aos convivas antes de pegar meu braço e me arrastar. Quando fechamos a porta pergunto o pq de tanta agitação e ela revela que está tomando um medicamento milagroso para não ter apetite. Eu, que tenho pavor dessa ditadura da estética da magreza, revolto-me. Ela me garante que é "seguro" e que é apenas uma "ajudinha" para não acumular o que mais odeia- quilinhos a mais. Tenho pavor a essas futilidades, mas gosto tanto dela que relevo. Voltamos à mesa e o restante da noite foi recheada por disputas dela como o russo para ver quem entornava mais vodka- não é difícil imaginar quem ganhou..Lá pelas tantas a mistura dos medicamentos com o destilado começou a dar sinais de grandes problemas. Dessa vez foi eu que a arrastei ao banheiro. Minha amiga, sempre tão refinada, entre palavras desconexas vomitou tudo o que não comeu em uma semana. Lavou o chão e sua roupa de grife. Tentei fazer o que pude, mas seu estado era deplorável. Quando caminhamos de volta à mesa, os rapazes não disfarçaram o olhar de repulsa ao reconhecerem os restos de salada ainda pendurados em seu vestido. Fiz o que pude mas sobrou um pouco da prova do crime. O encontro estava encerrado. Chamei um táxi e levei minha amiga para casa. Ela não era a dama de sempre, falava palavrões, me xingava e xingava tanto o taxista que achei que ele iria nos largar ali mesmo. Em casa, com toda delicadeza tirei sua roupa e a coloquei na banheira. Ela ficou toda encolhida e pediu para que eu entrasse também. Me despi e quando entrei ela se aninhou em meus braços. Não sei se foi o álcool ou nossa vontade reprimida, só sei que nunca havia pensado em minha amiga daquele jeito. Nunca mais fomos as mesmas. Mas afinal, quem é o mesmo dia após o outro?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Cresci cercado de mulheres. Todos os tipos. Todos os cheiros. Lembro dos brilhos, das plumas e da movimentação na casa à noite. A vida era noturna, até hoje durmo pouco - herança daqueles dias. Observava aqueles braços, pernas, bocas e cabeleiras, pelas frestas das portas. De manhã, bem cedinho, tinha que rumar para a escola ainda sonolento, pela noite mal dormida. Aliás, depois que comecei a frequentar a escola decaiu muito minha instrução, já não tinha mais tanto tempo para ler o que realmente me interessava. Álgebra, geometria, ciências,...Não tinha paciência para as disciplinas formais. A casa cheirava feito o mercado árabe da cidade-um misto de cheiros doces, uma mistura exótica. Cada uma das mulheres me ensinou muito. Muitas eram analfabetas e a muito custo ensinei-as a ler, usava como incentivo os romances de capa/espada que tinha na casa. As histórias de mocinhas indefesas e virgens que eram salvas do vilão, incentivava-as a querer aprender. Minha tia, a dona do casarão e de seus corpos, achava tudo uma grande bobagem e sempre que podia sentenciava:-Pra que puta tem que saber ler e escrever?O que importa é estar com "tudo" limpinho e agradarem aos olhos. Mas eu, não por querer ser bom samaritano ou o que o valha, queria é que elas pudessem ler. Não consigo conceber um mundo em que tenha gente sem conhecimento de prosa e poesia. É um desperdício. Claro que além de várias iniciações que tive com essas mulheres: a primeira meia de seda, o primeiro sutiã, a primeira cintura desnuda eu também tive minha primeira noite. Todas foram muito generosas e me disputaram bastante, algumas mais incisivas outras mais elegantes, mas no final escolhi uma menina mais nova que havia chegado na casa a pouco, foi a única que não me disputou com palavras, mas com os olhos. Hoje escrevo histórias para viver. Histórias dos outros, a minha ainda segue somente comigo. Esse é apenas um pequeno trecho, uma degustação.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O rosto dele era um mapa geográfico. Mapa físico, cheio de ranhuras. Não era velho - era marcado, lanhado. Quando o vi pela primeira vez senti certa repulsa. Nunca o vi bebendo água, a isso atribuí sua secura. Acordava bebendo qualquer líquido que contivesse álcool. Nunca água. Com nossa convivência fui me acostumando e esse fato tornou-se natural. Habituamo-nos com tudo, ou quase tudo. A casa ficava numa colina, na verdade num declive que chamávamos colina. O aluguel era em conta, podíamos pagar com o que descolávamos nas ruas dando pequenos golpes. À noite o trânsito de pessoas era incontável, acordávamos sempre com gente estranha espalhada pela casa. Nossa vida era levada em meio a bruma da fumaça e dos vestígios de diálogos. Não lembro de grandes conversas. Lembro de grandes olhares, de sensações. As palavras não eram nosso forte. Foi assim até o fim. Sou um sujeito de poucas palavras e ele também o era. Não sei quando nos apaixonamos por ela. Creio que foi no mesmo dia que nos desapaixonamos por nós mesmos. Ela era fatal e deliciosa. Quando a preparávamos, no início, era tão prazeiroso que posso sentir seu gosto ainda hoje. Quando ela nos dominou já não tinha tanta graça assim. Acabou com ele caído ao chão, o arpão no braço e o último papelote dela em cima da estante. Nunca mais senti seu toque.
Com 12 anos eu e uma amiga juntamos nossos trocados, entramos em numa loja de discos e compramos o Thriller. De certa forma mudou nossa vida.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Estávamos na auto-estrada voando num carro que devia ter uns 30 anos de uso. Mas era classudo, um rabo de peixe que em seus dias de glória fizera bonita figura. Eu não ia ao volante. Nunca dirigi. Nunca gostei. Resquícios da forçação de meu pai, um cara que sonhou a metade da vida com um possante que nunca pode pagar. Meu velho é um camarada que nasceu numa dessas cidadezinhas minúsculas do Hemisfério Norte. Quando eu mal tocava nos pedais de um carro ele já me colocava na direção. Pobre diabo, eu nunca quis dirigir. Meus homens sempre o fizeram por mim. Mas nesse dia, corríamos feito loucos pela pista, sem medo nem frescuras. O cara do volante bebia doses em cada gole, eu fumava meu baseado tranquilamente tentando ver a paisagem que passava como em flashes. Concretamente, éramos um bando de desocupados sem culpa de sê-lo. Víviamos com recursos de pensões, pecúlios, etc,.. sem maiores preocupações em ter que garantir o sustento. O que ganhávamos dava pra pagar a bebida, o baseado e meter o pé na estrada. Parávamos somente para comer ou vomitar - incrível como a qualidade da bebida decaiu nesses últimos anos. Passávamos desapercebidos pelas cidades maiores, mas nas pequenas, praticamente éramos atrações de circo. Viajávamos em seis, transávamos entre nós, e com quem nos agradasse pelo caminho. Nunca nos aborrecíamos uns com os outros - havia uma espécie de pacto silencioso de não nos atentarmos com coisas que a maior parte das pessoas se aborreceria: pés sujos, migalhas pelo carro, baganas, falta de banho, bebidas derrubadas,..Não deixávamos que nada nos indispusesse uns com os outros. Você deve estar se perguntando:- Pô ,quem vive assim tão desencanado? Conviver é sinônimo de treta..Mas conosco não. O único pacto implícito era o de que quando começassem os atritos o grupo se separaria. O que ocorreu 13 meses e 21 dias após o início de tudo. Foi num final de tarde alaranjado, cada qual com seu copo na mão..

segunda-feira, 15 de junho de 2009


A praia tinha o mar aberto sem qualquer acidente geográfico, dessas que não podemos olhar por muito tempo com o risco de cair na melancolia. Estava a tostar meu corpo com disciplina, virando a cada 15 minutos - quem pensa que voltar da praia com um bronzeado perfeito é fácil, não conhece essa arte. Estava nessa, quando o perfeito macho latino esticou sua toalha perto de onde eu estava. Ele era muito alto, também tinha um bronzeado disciplinado, o peito era peludo-um bom macho latino tem sempre o peito peludo, os olhos profundos e negros. Eu, usando o livro como escudo, observava o latino peludo entre as páginas. Claro que ele tinha que pavonear-se quando me viu. Levantou, espreguiço-se e tirou seu calção, ficando somente com uma sunga que mais insinuava que escondia. Depois de fazer muito barulho e macaquices para que eu olhasse, ele veio em minha direção: - vamos jogar frescobol? Levantei-me lentamente dando tempo para ele olhar meu corpo milimétricamente. Jogamos bastante até ele me convidar para mergulharmos. Que peludo latino saliente...Me convidava para ir cada vez mais ao fundo. Como era mais alto chegou uma hora que não dava mais pé para mim, estratégia dele para segurar-me dentro d'água. Hummm, a saliência estava dentro de sua sunga. Nos roçamos bastante, ele passou as mãos feito uma enguia por todo meu corpo, quando achei que era tempo de ir nadei rapidamente em direção à praia. Meu latino ficou frustrado mas não tinha o que fazer. Na praia tentou saber se eu estava hospedada ali mesmo, se podia dar o telefone e essas perguntas que os homens fazem para poder dar continuidade ao "encontro". Somente peguei minhas coisas e segui para meu hotel. Chegando lá encontrei meu marido sentado no bar, com um sorriso largo e lindo, típico de um homem de negócios em lua-de-mel com sua deliciosa esposa. Estávamos casados há dois dias. - Divertiu-se na praia querida? - Muito. E selei minha resposta com um beijo cheio de promessas.

domingo, 14 de junho de 2009


Certa vez me apaixonei saindo do trabalho. Como era misterioso o meu amor. Como era sexy o meu amor. Como era moreno e alto o meu amor. Como era desconhecido o meu amor. Trabalhava em frente a uma praça bastante antiga, com aquelas luminárias do XIX, bancos trabalhados e alguns heróis de bronze branindo espadas em cima de seus cavalos. Venho de uma terra de "bravatas e heróis", travadas em nome da "República". E era nessa praça que via, todos os dias, o objeto de meu desejo. O trabalho era muito chato e passava boa parte do expediente pensando nos cinemas, bares e teatros que nós frequentávamos. Imaginava o nosso "namoro" tão vivo e intenso que as vezes ao sair e vê-lo sentado na praça, tinha ímpetos de ir lá acarinhar seu cabelo negro. Teve uma vez que devo ter passado umas 4 horas do plantão que tinha que fazer, às moscas, imaginando nosso namoro, noivado, casamento, filhos e nossas maravilhosas férias, sempre quentes e nada monótonas. Digo com propriedade, podemos viver uma vida em horas, com filhos e tudo mais. Quando achei que já estava ultrapassando os limites da sanidade, resolvi sair dos sonhos e passar mais tempo na tal praça do meu amor. Sentava sempre estratégicamente posicionada, nem tão perto que desse bandeira, nem tão longe que não desse pra ele me ver. O problema é que ele nunca me via. Na verdade ele não via nada, nunca olhava pros lados, sempre fixo em um dos seus grossos livros, sempre. Mesmo quando estava mais quente usava um casaco comprido, que dava a ele um ar vampiresco e misterioso, sempre. Tinha um nariz na proporção exata para seu rosto forte e moreno. A cor da pele era uma coisa a parte de tão linda, era de um moreno acobreado. Só o via do mesmo ângulo, curvado e meio à egípcia, sobre o tal livro grosso, sempre. Como era maravilhoso meu amor, e como eram lindos nossos filhos, como era bom nosso casamento, que homem perfeito. Resolvi adotar uma estratégia para que ele me notasse, passei em uma livraria e comprei o livro mais grosso que vi: O ser e o nada do Sartre. Como sempre, saí do trabalho e me posicionei perto do meu amor. Abri lentamente o livro, fazendo com que o título ficasse visível a ele, afinal meu amor era um amante das letras, eu tinha que mostrar que era uma mulher de bom gosto literário. Minhas pernas bambearam quando vi ele, pela primeira vez, erguer a cabeça em minha direção. Não acreditava, ELE me notara, via que tentava observar o que eu estava lendo, facilitei dando uma levantadinha no livro. De repente ele ergueu-se e caminhou em minha direção. Toda "nossa" vida passou como um flash por minha mente, na verdade "nossa" vida era um flash. Ainda de perna bamba, esperei ele se postar na minha frente, mais alto que um Tótem. O sol refletia em seu rosto e era difícil vê-lo com perfeição. Então aconteceu, ele perguntou: - gostas de Sartre? Nesse momento sua cabeça cobriu o sol e revelou uma boca negra: - ele não tinha dentes. Respondi de pronto: - e lá te interessa se gosto do Sartre?

sábado, 13 de junho de 2009

É luxo só


O relóginho em forma de peixe, que sua irmã dera no Natal, despertava todos os dias às 6 da manhã. A primeira refeição se resumia a pão dormido com manteiga e café fraco-sonhava com os luxos de uma mesa com frutas e presunto. A mulher levantava com ele pra começar a lida do dia. Ele não era desses, como seus colegas da fábrica, que achavam que a mulher ficava em casa à toa. Cuidar dos filhos e da casa não era bolinho, ele lembrava bem do dia que teve que dar conta sozinho de tudo, ficou morto quando deitou à noite. E olha que foi só um diazinho. Enquanto ia mordiscando o pão, a mulher, já pesada depois do 4º filho, arrastava as chinelas pela cozinha, preparando a marmita com as sobras do jantar da noite anterior. Ele não tinha muitos sonhos e luxos, mas pensava nas propagandas que via, dos maridos chegando na cozinha pela manhã abraçando aquela mulher magra, com os cabelos sedosos, esticando os beiços num beijo gostoso. O marido sentava numa mesa colorida de tantas frutas, com duas crianças saudáveis e comportadas- pq as crianças dos ricos eram saudáveis e comportadas?E pq tinham poucas crianças?O café da manhã da propaganda era gostoso, ele nem lembrava a última vez que abraçou e beijou a mulher, isso era coisa do passado. Não tinham tempo pra esses luxos.


Tu é puta ou é santa me perguntou ela. Aquilo ecoou na minha cabeça dias e continua agora, firme, forte e em espirais. Ela tinha um jeito duro e lento de falar, penetrava na gente. Contava , sem traços de auto-piedade, dos abortos que fez em lugares fétidos, das surras e curras que levou- a violação a uma puta é sempre demonstração gratuita de um ódio a liberdade, porque se tens acesso ao corpo não precisas tomá-lo à força. E no meio disso tudo:-tu é puta ou santa? E eu que sei?Ela parecia saber que mulheres como eu buscam desesperadamente serem livres no que diz respeito ao sexo. Vocês não querem machos dominadores, mas querem conforto pra levar a vida. Não querem dar satisfação mas querem viagem pra Europa, querem ter liberdade mas com uma jóia no dedo. A mulher era dura e lenta.Liberdade ou segurança?Puta ou santa?Me disse que tinha medo de drogas e bebida. Depois de 5 overdoses e de um princípio de cirrose ficou ressabiada, mas nada que allterasse sua vida.Tem marcas e cicatrizes pela delimitação territorialista de sua área de trabalho, principalmente com as travecas. Tem que ser forte - bater mesmo senão as vecas levam o ponto, não gosto delas. Depois me conta que uma de suas melhores confidentes é uma..Perto das suas experiências, todas minhas dúvidas e experiências eram por demais infantis, burguesas e até saudáveis.Sair com um homem transar enlouquecidamente com ele e ficar triste pq ele não liga no dia seguinte é ser puta? Não, puta é bem mais livre que isso. A pergunta dela puta/santa, me fez pensar que mulher mediana acredita na balela:sou bem sucedida, tenho o corpinho em dia agora só falta o machinho adequado pra babar em mim. Essa mulher que diz querer curtir sua vida sem amarras e tabus, mas não suporta que o homem não ligue ou não diga que ela é maravilhosa, nada mais é do que a Amélia com grana no bolso. A puta é muito mais livre e honesta do que a média/mediana que dá pro seu parceiro pq se acomodou e diz -não tá lá essas coisas mas tá bom assim, pq pelo menos tenho alguém..Ela disse que me reconheceu de imediato como puta, mesmo de óculos, livro na mão e pagando minha própria bebida. A pergunta puta/santa foi pra sacanear e completou de saída -eu sou puta, tu é só uma ameaça, um arremedo.

quarta-feira, 10 de junho de 2009



Nei Lisboa: bar de mulheres.

Que segredo escondes
Em teus lares de modernas
Entre pernas de arlequins
Nesses pares de malucas
Por tabernas de sinuca e gim

Que perigo aponta
O teu cigarro lá no céu
Será que encerras minha conta
Ou que anuncias às demais
Que eu já desmaio e clamo por meus sais

Por que farejo alguma coisa ruim?
Viés de algum desastre
Caminho para o fim
De sermos seres separados e afins
Já és Simone e Sartre
E não precisas mais de mim

Decididamente
Enlouqueceste o meu discurso
De confuso já pequeno
Ou tens um parafuso a mais
Ou eu um membro a menos que os normais

Que falo se me falas depois
Que és ambos os pais
E eu resto para os bois
Quem disse que existimos iguais
Se amas por nós dois
De mim já não precisas mais


terça-feira, 2 de junho de 2009

O Elixir do pajé



O poema abaixo é de um dos expoentes do romantismo brasileiro. Vale a pena ler até o final. O autor de A Escrava Isaura e O Seminarista, Bernardo Guimarães também ofertou-nos com farta e fértil literatura erótica(?).

Que tens, caralho, que pesar te oprime
que assim te vejo murcho e cabisbaixo
sumido entre essa basta pentelheira,
mole, caindo pela perna abaixo?

Nessa postura merencória e triste
para trás tanto vergas o focinho,
que eu cuido vais beijar, lá no traseiro,
teu sórdido vizinho!

Que é feito desses tempos gloriosos
em que erguias as guelras inflamadas,
na barriga me dando de contínuo
tremendas cabeçadas?

Qual hidra furiosa, o colo alçando,
co'a sanguinosa crista açoita os mares,
e sustos derramando
por terras e por mares,
aqui e além atira mortais botes,
dando o co'a cauda horríveis piparotes,
assim tu, ó caralho,
erguendo o teu vermelho cabeçalho,
faminto e arquejante,
dando em vão rabanadas pelo espaço,
pedias um cabaço!

Um cabaço! Que era este o único esforço,
única empresa digna de teus brios;
porque surradas conas e punhetas
são ilusões, são petas,
só dignas de caralhos doentios.

Quem extinguiu-te assim o entusiasmo?
Quem sepultou-te nesse vil marasmo?
Acaso pra teu tormento,
indefluxou-te algum esquentamento?
Ou em pífias estéreis te cansaste,
ficando reduzido a inútil traste?
Porventura do tempo a destra irada
quebrou-te as forças, envergou-te o colo,
e assim deixou-te pálido e pendente,
olhando para o solo,
bem como inútil lâmpada apagada
entre duas colunas pendurada?

Caralho sem tensão é fruta chocha,
sem gosto nem cherume,
lingüiça com bolor, banana podre,
é lampião sem lume
teta que não dá leite,
balão sem gás, candeia sem azeite.

Porém não é tempo ainda
de esmorecer,
pois que teu mal ainda pode
alívio ter.

Sus, ó caralho meu, não desanimes,
que ainda novos combates e vitórias
e mil brilhantes glórias
a ti reserva o fornicante Marte,
que tudo vencer pode co'engenho e arte.

Eis um santo elixir miraculoso
que vem de longes terras,
transpondo montes, serras,
e a mim chegou por modo misterioso.

Um pajé sem tesão, um nigromante
das matas de Goiás,
sentindo-se incapaz
de bem cumprir a lei do matrimônio,
foi ter com o demônio,
a lhe pedir conselho
para dar-lhe vigor ao aparelho,
que já de encarquilhado,
de velho e de cansado,
quase se lhe sumia entre o pentelho.
À meia-noite, à luz da lua nova,
co'os manitós falando em uma cova,
compôs esta triaga
de plantas cabalísticas colhidas,
por sua próprias mãos às escondidas.

Esse velho pajé de pica mole,
com uma gota desse feitiço,
sentiu de novo renascer os brios
de seu velho chouriço!

E ao som das inúbias,
ao som do boré,
na taba ou na brenha,
deitado ou de pé,
no macho ou na fêmea
de noite ou de dia,
fodendo se via
o velho pajé!

Se acaso ecoando
na mata sombria,
medonho se ouvia
o som do boré
dizendo: "Guerreiros,
ó vinde ligeiros,
que à guerra vos chama
feroz aimoré",
- assim respondia
o velho pajé,
brandindo o caralho,
batendo co'o pé:
- Mas neste trabalho,
dizei, minha gente,
quem é mais valente,
mais forte quem é?
Quem vibra o marzapo
com mais valentia?
Quem conas enfia
com tanta destreza?
Quem fura cabaços
com gentileza?"

E ao som das inúbias,
ao som do boré,
na taba ou na brenha,
deitado ou de pé,
no macho ou na fêmea,
fodia o pajé.

Se a inúbia soando
por vales e outeiros,
à deusa sagrada
chamava os guerreiros,
de noite ou de dia,
ninguém jamais via
o velho pajé,
que sempre fodia
na taba na brenha,
no macho ou na fêmea,
deitando ou de pé,
e o duro marzapo,
que sempre fodia,
qual rijo tacape
a nada cedia!

Vassouras terrível
dos cus indianos,
por anos e anos,
fodendo passou,
levando de rojo
donzelas e putas,
no seio das grutas
fodendo acabou!
E com sua morte
milhares de gretas
fazendo punhetas
saudosas deixou...

Feliz caralho meu, exulta, exulta!
Tu que aos conos fizeste guerra viva,
e nas guerras de amor criaste calos,
eleva a fronte altiva;
em triunfo sacode hoje os badalos;
alimpa esse bolor, lava essa cara,
que a Deusa dos amores,
já pródiga em favores
hoje novos triunfos te prepara,
graças ao santo elixir
que herdei do pajé bandalho,
vai hoje ficar em pé
o meu cansado caralho!

Sus, caralho! Este elixir
ao combate hoje tem chama
e de novo ardor te inflama
para as campanhas do amor!
Não mais ficará à-toa,
nesta indolência tamanha,
criando teias de aranha,
cobrindo-te de bolor...


Este elixir milagroso,
o maior mimo na terra,
em uma só gota encerra
quinze dias de tesão...
Do macróbio centenário
ao esquecido mazarpo,
que já mole como um trapo,
nas pernas balança em vão,
dá tal força e valentia
que só com uma estocada
põe a porta escancarada
do mais rebelde cabaço,
e pode em cento de fêmeas
foder de fio a pavio,
sem nunca sentir cansaço...

Eu te adoro, água divina,
santo elixir da tesão,
eu te dou meu coração,
eu te entrego a minha porra!
Faze que ela, sempre tesa,
e em tesão sempre crescendo,
sem cessar viva fodendo,
até que fodendo morra!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Amor nos tempos do cólera


Esses dias entrei num debate sobre sexo na velhice, tem gente que faz cara de nojo, outros não acham nada, outros normais, mas a maior parte torce o nariz...
Lembrei de dois exemplos de títulos clássicos sobre o tema que são de derreter qualquer moço ou velho.
Um é a cena do Jofre Soares e a Mírim Pires no filme do Diegues Chuvas de Verão e o outro é o amor de Florentino Ariza e Fermina Dazo no maravilhoso Amor nos tempos do cólera do García Márquez.

Que lindo o amor de Florentino por ela, esperou 50 anos, mais precisamente 53 anos 11 meses e 23 dias rsrsr, o personagem é lindo nunca traiu o amor de Fermina durante esse tempo, para tanto transou com 622 mulheres, com registro de nomes e características de cada uma, anotados em seu diário. Ele dizia que dessa forma, entregando só o corpo mas nunca o amor, nunca a trairia.

Ariza esperou mais de 50 anos para que o marido de Fermina morresse, eles já septuagenários..
Nessa altura ele já era o presidente de uma companhia naval e convidou Fermina para uma viagem de navio em que a subida duraria 8 dias e mais 6 para descer, na ida ele consegue o que esperou por mais de 50 anos e 622 mulheres depois...

Para que esse amor e sua imensa alegria durasse até o fim de seus dias ele decide que o navio vai seguir sem ninguém e sem paradas. O capitão não gosta mas, afinal Florentino é o presidente, o único modo de tirar todos da embarcação com a lgum motivo pertinente é asteando a bandeira amarela que significa surto de cólera no navio.

Eles então continuam sua viagem amando-se nos tempos do cólera, cada qual com 73 anos...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Rei da Vela

A peça O Rei da Vela, é considerada o primeiro texto modernista para teatro. O texto de Oswald de Andrade trata com enfoque marxista a sociedade decadente, com a linguagem e o humor típicos do modernismo.

Oswald começou a escrever O Rei da Vela a partir de 1933, provavelmente baseado em suas mazelas financeiras, visto que a crise mundial de 1929, acertou-o em cheio. Andrade vivia a percorrer escritórios de agiotagem para equilibrar-se economicamente. Daí a caracterização de um agiota como Rei da Vela. Só que, como grande autor, ele supera sua experiência pessoal e fornece, sem falsas sutilezas, os mecanismos da engrenagem em que se baseia o esquema sócio-econômico do país.

A peça era tão pouco convencional que só foi encenada trinta anos depois, em 1968, tornando-se um marco para a cultura brasileira, desencadeando o movimento Tropicalista. Fruto de grandes sínteses estéticas da cena internacional do período, consolidou procedimentos que, muitos anos após, seriam considerados pós-modernos

O inescrupuloso agiota, Abelardo I, o Rei da Vela é um burguês enriquecido à custa do bolso alheio, Abelardo é um representante da burguesia ascendente da época. Seu oportunismo, aliado a crise da Bolsa de Valores de Nova York, de 1929, permite-lhe todo tipo de especulação: com o café, com a indústria etc. Sua caracterização como o “Rei da Vela” é extremamente irônica e significativa: ele fabrica e vende velas, pois as empresas elétricas fecham com a crise.

Mais não conto, vão ver a montagem de O Rei da Vela ali no SESC Garagem nos dias 14 a 17/5 e 21 a 24/5

Horários: 21h (quinta-feira a sábado) e 20h (domingo)

Depois vai rolar em outras unidades do SESC e o melhor: É de GRAÇA!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Psicodelia Elisiana


Tive um sonho tão doido mas tão doido ontem que deu vontade de contar..
Nunca lembro de sonhos com meu irmão e ontem deu uma inveja dele no meu sonho, vou contar por quê:-
Nossos sonhos, muitas vezes, são uma mistureba de passado, presente/infância,vida adulta/mundo paralelo, real - que é assustador/libertador.
Pois bem, eu e o Fábio estávamos na praia de nossa adolescência-que tem o 'charmoso' nome de Mariluz, ou pelo menos eu acho que era lá...E estávamos numa euforia maluca, pq de alguma forma havíamos conseguido voltar no tempo e estávamos alí pra ver a Elis Regina cantar, o louco é que no sonho eu sabia que ela já estava morta e que era uma oportunidade única pra gente.
Eu e meu irmão entramos no local onde haveria o show e nos postamos bem à frente do palco e logo aparece a Elis bem na fase dela com aquele cabelo curtinho, com cara de moleca. Depois de falar um pouco com o público ela me fita e eu, toda pimpona digo: -quer alguma bebida Elis? Ela respode de pronto:- cerveja. Saí feito um jato pra buscar ceva pra ela, pô a Elis me 'escolheu' pra pegar bira pra ela! ahaha. Mas sabe como é sonho né? Foi nessa hora que virou pesadelo. Não tinha cerveja na copa e saí do lugar pra buscar, bom nem preciso dizer que andava que nem louca e nada a vista até que me perdi e não acahva mais o local, encontrei um grupo dentro dum carro que me confundiu mais que ajudou, além de não oferecerem carona me indicaram o caminho errado. Buenas depois de muito tempo correndo, indo na direção errada- sabem como é sonho quando é pra dar errado...Finalmente cheguei na frente do lugar e me dei conta que só estava há dois passos dali o tempo todo. Só que agora tinha uma fila quilométrica e me desesperei, não tinha nem a ceva da Elis nem ia ver ela cantar. Tentei de tudo que é jeito entrar novamente e nenhuma das maneiras adiantou. Que frustração. Cansada, esperei o final do show querendo me matar por ter saído. Esperei o Fábio, que todo pimpão saiu de lá em êxtase contando cada detalhe...Um verdadeiro pesadelo.
Quando acordei fiquei pensando no sonho e lembrei que no dia que a Elis morreu, em janeiro de 82 eu tinha 10 anos e era no dia da final do campeonato de dança que realizaram na praia, tinha sido uma maratona de apresentações e tinham sobrado poucas meninas, lembro como se fosse hoje que antes de me apresentar vi minha mãe chorando e fui perguntar o que era e ela falou que a Elis tinha morrido. Até hoje tento justificar meu 2º lugar na competição por esse motivo rsrsr, só pra não admitir que a outra menina era melhor mesmo...
Ah, nasci no mesmo bairro da Elis em Porto Alegre, morava só uma rua abaixo...
Além de gostar muito dela como cantora, foram minhas únicas 'ligações' com ela além do sonho...