quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
- Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e que satisfaz.
O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi.
Não é a irmã que já perdi.
E meu pai.
O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti - lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Dica de literatura erótica
Acho linda essa capa do Crepax pro livro.
sábado, 24 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Ah, e sou muito desligada, esses dias ia passar o sinal vermelho. E vergonha das vergonhas não parei numa passagem de pedestres, fiquei na maior dor de consciência.. O trânsito não me merece, mas vai ter que me engolir rsrs.
Essas são obras de Glauco Rodrigues que nasceu em Bagé-RS em 1929 e morreu em 2004. Foi pintor, desenhista e gravador desde 1945.
Expôs pela primeira vez em 1948, na mostra OS NOVOS DE BAGÉ, em Porto Alegre, onde já frequentava a Escola de Belas Artes. Transfere-se para o Rio de Janeiro logo em seguida, onde estuda na Escola Nacional de Belas Artes e desenvolve sua carreira artística. Em 1950, juntamente com Carlos Scliar, Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves e Vasco Prado, cria o Clube da Gravura de Porto Alegre e o de Bagé.
Em 1960, participando do IX Salão Nacional de Arte Moderna, obtém prêmio de viagem ao exterior. Participou da Bienal de Paris em 1961, no ano seguinte viaja para Roma onde permanece até1965. Realizou exposições individuais na Alemanha (München, Stuttgard e Frankfurt). Em Roma, em 1963, expõe na Galeria d'Arte della Casa do Brasil. Em 1964, participa da XXXII Bienal de Veneza. Em 1967 recebe prêmio na IX Bienal Internacional de São Paulo.
A partir de 1969 faz várias exposiçoes individuais no Rio, São Paulo, Brasilia e em 1975, expôs, juntamente com Danúbio Gonçalves, Carlos Scliar e Glênio Bianchetti, no Salão de Atos da UFRGS, sob o título de Tradições Gaúchas.
Em 1985, realiza aquarelas de paisagens gaúchas para a abertura e vinhetas da minissérie O TEMPO E O VENTO, de Érico Veríssimo, para a TV Globo e que se encontram no MARGS em Porto Alegre.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Segundo o Brasil-escola:
O Saci-Pererê é uma lenda do folclore brasileiro e originou-se entre as tribos indígenas do sul do Brasil.
O saci possui apenas uma perna, usa um gorro vermelho e sempre está com um cachimbo na boca.
Inicialmente, o saci era retratado como um curumim endiabrado, com duas pernas, cor morena, além de possuir um rabo típico.
Com a influência da mitologia africana, o saci se transformou em um negrinho que perdeu a perna lutando capoeira, além disso, herdou o pito, uma espécie de cachimbo e ganhou da mitologia européia, um gorrinho vermelho.
A principal característica do saci é a travessura, muito brincalhão ele se diverte com os animais e com as pessoas, muito moleque ele acaba causando transtornos como: fazer o feijão queimar, esconder objetos, jogar os dedais das costureiras em buracos e etc.
Segundo a lenda, o Saci está nos redemoinhos de vento e pode ser capturado jogando uma peneira sobre os redemoinhos.
Após a captura, deve-se retirar o capuz da criatura para garantir sua obediência e prendê-lo em uma garrafa.
Diz também a lenda, que os Sacis nascem em brotos de bambus, nestes eles vivem sete anos e após esse tempo, vivem mais setenta e sete para atentar a vida dos humanos e animais, depois morrem e viram um cogumelo venenoso ou uma orelha de pau.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Além de outras cositas mas.
Aproveitem!!
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Minha amiga Reichel queria ir dançar depois de jantarmos, optamos por bailar ao som da Elza Soares e do Farofa Carioca na Esplanada. Viva os shows frees e ao ar livre, viva a Esplanada sendo ocupada, aproveitada, alegrada. Eu tava alegrete de estar com meus amigos daqui de Bsb, e feliz que os de Poa, Recife, Minas, Natal estavam me ligando pra dar um alô. Mas sabe aquela tristezinha por não querer envelhecer? É mais difícil pra alguns..Ainda bem que eu penso nisso mas daqui a pouco vem a vida e xit! Dá uma chicotada de ensinamento na gente. Pô cara, a Elza entrou no palco com quase 80 anos, e tava lá cheia de vigor, de felicidade de viver a vida e toda malhadinha rsrss. Sou um bebê ainda, tenho muito pra viver, conhecer, aproveitar. Ah! E a Reichel que tanto queria um namorado começou a namorar no meu niver e meu maior presente é que ela tá feliz que saltam faíscas dos olhos..
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
terça-feira, 29 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Por volta do século III, uma tribo guaraní, cultuadores da divindade 'avycuè', em sua homenagem teriam misturado um composto de cevada triturada entre os dentes das mulheres intocadas da tribo, e parte de aguardente produzida do milho. Posteriormente, com o contato, os europeus, depois de a beberem, teriam batizado de cock (de cocar, lugar mais alto) e teil (som de tél, que em guaraní significa inconsciência). A bebida ficaria conecida por seus picos de inconsciência, por muitos séculos.
No Candomblé do Paty, no ano de 1824, os escravos da Fazenda do Alferes, reumiam-se com a permissão do senhor e das autoridades locais para comemorarem, uma vez ao mês, suas entidades. Reza a tradição oral que no mês de Chapanã, o orixá do corpo, seus seguidores, crentes que a maturação do milho (alimento do orixá) continha propriedades regeneradoras, misturaram-no com uma raíz forte. Chacoalharam-no num ritual de dança e transe. As palavras proferidas durante o rito, tinham a sonoridade de 'coquitel', que assim foi batizado por um português curioso dos rituais dos negros, que estava no terreiro do Paty naquela noite.
Em 1430 a.C., no Vale do Fértil Crescente, a princesa babilônica Isthar, aborrecida com a traição de seu pretendente Aminófiles, resolveu vingar-se de sua rival, a nebet-per Carlissa. Preparou-lhe uma bebida ritual cuja receita lhe foi passada por seus ancestrais e era utilizada em tempos imemoriais como vingança aos inimigos aprisionados em guerra. A bebida consistia na mistura da fermentação de duas espécies de sargaço do Rio Eufrates, fermentado durante seis luas com o veneno da serpente cóquis. A bebida tinha um sabor exótico, agradava a vítima que sequer imaginava seu resultado final. O líquido ficou conhecido e igualmente temido por todos, por resultar em comportamento nada adequado, principalmente nas mulheres. O estado de alteração da sensibilidade e da motricidade fazia que quem ingerisse, cometesse atos incompatíveis aos costumes da população. Após isso, eram rechaçados tendo que afastar-se do grupo para nunca mais retornar.
Pesquisa da Times de 1966, busca as origens do coquetel, drink muito apreciado na América do Norte. As fontes da pesquisa consistiam nos anúncios dos jornais de todos os estados abrangendo os anos de 1824 à 1936. Essa apurada pesquisa histórica, incomum entre a maior parte dos jornalistas, resultou no conhecimento da 1ª vez que foi registrada a palavra. O primeiro anúncio que resultou no batismo da bebida foi escrito em 19/05/1897, pelo Dakota News, por um anunciante de elixir que tinha propriedades para 'apaziguar corações partidos', o "coquetel do amor" seria a solução dos problemas. E continha alta dosagem de álcool.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Adoro essa letra...
Sinceramente, você pode se abrir comigo
Honestamente, eu só quero te dizer
Que eu acertei o pulo quando te encontrei
Acertei
Eu sei a palavra que você deseja escutar
Você é o segredo que eu vou desvendar
Você acertou o pulo quando me encontrou
Acertou o pulo quando me encontrou
E então o nosso mundo girou
Você ficou e a noite veio
Nos trazer a escuridão
E aí, então, eu abri meu coração
Porque nada é em vão
Gostei do seu charme e do seu groove
Gostei do jeito como rola com você
Gostei do seu papo e do seu perfume
Gostei do jeito como eu rolo com você
Sinceramente, você pode se abrir comigo
Honestamente, eu só quero te dizer
Que eu acertei o pulo quando te encontrei
Acertei o pulo quando te encontrei
E então o nosso mundo girou
Nos trazer a escuridão
E aí, então, eu abri meu coração
Porque nada é em vão
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
sábado, 15 de agosto de 2009
terça-feira, 11 de agosto de 2009
" Eis o rito: a mulher deita-se na cama, inteiramente nua, e você contempla seu corpo, da cabeça aos pés, de frente e de costas. Depois, aproxima o seu rosto do corpo dela e sente o aroma de cada parte do corpo, dos cabelos, das axilas, dos seios, dos pés, da vagina, das costas, das nádegas. Em seguida, prosseguindo no ritual, sente o sabor da mulher passando a língua em todo seu corpo, nos lábios, na língua, nos seios, novamente nas axilas, na barriga, no umbigo, nos pés, na vagina - onde a língua deve explorar todas as reentrâncias, pois os sabores da vagina são inúmeros e variados em cada fragmento, e, em certos momentos, você deve fazer um cone com a língua e enfiá-lo o mais fundo possível nessa frincha voluptuosamente saboreável. Depois as nádegas e o ânus. A língua deve percorrer e descobrir os prazeres contidos nesse mágico orifício de altíssima sensibilidade que pode proporcionar um deleite excelso. Somente após esses prolegômenos devemos introduzir o pênis na deslumbrante greta, que estará balsamicamente vaporizada, preparada para recebê-lo."
Vixi, o que é saber tratar uma mulher hein? Espero que tenhas gostado, é um texto fresquinho que não saiu em livro ainda.
Ah! Como eu não posso deixar de te sacanear, esse é o homem que me deu um disco do Chet Baker...
Feliz tudo Paolitx!!!!Na minha volta a gente toma umas!!!
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
sábado, 1 de agosto de 2009
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Vi que tem uma nova doença, irmã da anorexia- a alcorexia. Desde a semana passada tô meio alcoréxica, um regimão fudido que eu queria incluir a restrição do álcool, mas quem mora ao lado da Cléo não te escapatória, ela já me fez conhecer tudo que é buteco do Guará, o repertório dela é vasto. O que tenho de fã cachaceiro é pra Guiness rsrsrs. Ops, Guiness é uma bela cerveja. Mas voltando, se não fosse a bira eu tava mais magra, agora trocar a comida pela bebida- a tal alcorexia, também já é demais.
Ontem a Reichel dirigiu pela primeira vez como habilitada e numa BR, eeeeeeeeeeeeeeee, viva eu viva tu viva o rabo do tatu.
Nini, deixa um recadinho pra euzinha, deixa. Tu faz comentários bons no skype e aqui nada. Tô chateada com meus 5 leitores rsrsrsr.
Minha mãe vem em setembro, até que enfim vai largar o Saidi pra conhecer Bsb. Dois dias na cidade pros clássicos programas de turista e depois chapada e Piri, que beleza!!!
quinta-feira, 30 de julho de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
Cena 2 - outro canal aberto: o Leandro e Leonardo (o que não morreu), responde a questões inteligentíssimas feitas por uma 'repórter' que está mais interessada em seu melhor ângulo. Questionado sobre o comportamento de seu filho, que está confinado em um desses reality show ,respondeu sem vergonha alguma: - fico muito feliz que ele tenha aceitado participar do programa, assim posso conhecê-lo melhor, ver do que ele gosta. E sabe que fiquei impressionado em ver como ele é parecido comigo? O filho do cara deve tá participando do Show deTruman. É um pouquinho de Brasilll ôô.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
- andar em pêlo de cavalo numa manhãzinha com geada;
- chorar na chuva;
- comer feijão de geladeira;
- voltar pra casa depois de um tempo fora;
- ver o mar em qualquer ocasião;
- beber vinho bom em ótima companhia;
- viajar, viajar, viajar;
- passar a mão em pêlo de gato sedoso;
- enfiar a mão em cesto de grãos de mercado;
- beijar uma boca há muito desejada;
- pintar a unha de cor duvidosa;
- andar descalça numa praia de areia fininha;
- observar o andar dum felino;
- esperar telefonema da pessoa amada;
- abrir e-mail de amigos distantes;
- tomar a primeira cerveja gelada do dia;
- ler um livro;
- ouvir música;
- escutar alguém que tenha algo a dizer;
quarta-feira, 22 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
Quanto à Moscou é um pouco mais complicado..O Brasil recém entrava em sua fase democrática, quando alguns grupos de esquerda - que ainda acreditavam nas armas e na formação de jovens para seus quadros, lançou um convite para alguns. Como mocinha esperta, bonitinha e novinha, "os quadros" do partido acharam que eu poderia render uma versátil militante. Buenas, munida de documentos falsos, com a ilusão de que na Rússia a população tmb falava espanhol - afinal eram hermanos de Cuba- e cheia de "cursinhos de formação" na cabeça, entrei no avião. Nossa ida pra lá era 'clandestina', e eu comecei a passar mal daqui do Brasil. Pra encurtar a história, ao chegar lá vomitava até os ossos. Ao ver a cena, o nosso homem em Moscou me mandou prum hospital russo, que vou poupá-los de descrever. O espanhol que entendiam era a palavra Fidel, e isso se falasse bemm devagar. A única palavra que eu aprendi na marra era wuadja- assim se pronunciava, que queria dizer água. Fiquei 3 dias lá sem uma visitinha sequer e sem nenhum de meus parentes saber que eu estava em outro Hemisfério. Foi alí que comecei a desacreditar da solidariedade da esquerda..Melhorei um pouco me colocaram noutro avião e me despacharam pra casa. Vi Moscou da janela do hospital e do avião. E a militância começou a ficar com gosto de chá de fita.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
quarta-feira, 8 de julho de 2009
quinta-feira, 2 de julho de 2009
sexta-feira, 26 de junho de 2009
quinta-feira, 25 de junho de 2009
segunda-feira, 15 de junho de 2009
domingo, 14 de junho de 2009
sábado, 13 de junho de 2009
É luxo só
Tu é puta ou é santa me perguntou ela. Aquilo ecoou na minha cabeça dias e continua agora, firme, forte e em espirais. Ela tinha um jeito duro e lento de falar, penetrava na gente. Contava , sem traços de auto-piedade, dos abortos que fez em lugares fétidos, das surras e curras que levou- a violação a uma puta é sempre demonstração gratuita de um ódio a liberdade, porque se tens acesso ao corpo não precisas tomá-lo à força. E no meio disso tudo:-tu é puta ou santa? E eu que sei?Ela parecia saber que mulheres como eu buscam desesperadamente serem livres no que diz respeito ao sexo. Vocês não querem machos dominadores, mas querem conforto pra levar a vida. Não querem dar satisfação mas querem viagem pra Europa, querem ter liberdade mas com uma jóia no dedo. A mulher era dura e lenta.Liberdade ou segurança?Puta ou santa?Me disse que tinha medo de drogas e bebida. Depois de 5 overdoses e de um princípio de cirrose ficou ressabiada, mas nada que allterasse sua vida.Tem marcas e cicatrizes pela delimitação territorialista de sua área de trabalho, principalmente com as travecas. Tem que ser forte - bater mesmo senão as vecas levam o ponto, não gosto delas. Depois me conta que uma de suas melhores confidentes é uma..Perto das suas experiências, todas minhas dúvidas e experiências eram por demais infantis, burguesas e até saudáveis.Sair com um homem transar enlouquecidamente com ele e ficar triste pq ele não liga no dia seguinte é ser puta? Não, puta é bem mais livre que isso. A pergunta dela puta/santa, me fez pensar que mulher mediana acredita na balela:sou bem sucedida, tenho o corpinho em dia agora só falta o machinho adequado pra babar em mim. Essa mulher que diz querer curtir sua vida sem amarras e tabus, mas não suporta que o homem não ligue ou não diga que ela é maravilhosa, nada mais é do que a Amélia com grana no bolso. A puta é muito mais livre e honesta do que a média/mediana que dá pro seu parceiro pq se acomodou e diz -não tá lá essas coisas mas tá bom assim, pq pelo menos tenho alguém..Ela disse que me reconheceu de imediato como puta, mesmo de óculos, livro na mão e pagando minha própria bebida. A pergunta puta/santa foi pra sacanear e completou de saída -eu sou puta, tu é só uma ameaça, um arremedo.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Nei Lisboa: bar de mulheres.
Que segredo escondes
Em teus lares de modernas
Entre pernas de arlequins
Nesses pares de malucas
Por tabernas de sinuca e gim
Que perigo aponta
O teu cigarro lá no céu
Será que encerras minha conta
Ou que anuncias às demais
Que eu já desmaio e clamo por meus sais
Por que farejo alguma coisa ruim?
Viés de algum desastre
Caminho para o fim
De sermos seres separados e afins
Já és Simone e Sartre
E não precisas mais de mim
Decididamente
Enlouqueceste o meu discurso
De confuso já pequeno
Ou tens um parafuso a mais
Ou eu um membro a menos que os normais
Que falo se me falas depois
Que és ambos os pais
E eu resto para os bois
Quem disse que existimos iguais
Se amas por nós dois
De mim já não precisas mais
terça-feira, 2 de junho de 2009
O Elixir do pajé
O poema abaixo é de um dos expoentes do romantismo brasileiro. Vale a pena ler até o final. O autor de A Escrava Isaura e O Seminarista, Bernardo Guimarães também ofertou-nos com farta e fértil literatura erótica(?).
Que tens, caralho, que pesar te oprime
que assim te vejo murcho e cabisbaixo
sumido entre essa basta pentelheira,
mole, caindo pela perna abaixo?
Nessa postura merencória e triste
para trás tanto vergas o focinho,
que eu cuido vais beijar, lá no traseiro,
teu sórdido vizinho!
Que é feito desses tempos gloriosos
em que erguias as guelras inflamadas,
na barriga me dando de contínuo
tremendas cabeçadas?
Qual hidra furiosa, o colo alçando,
co'a sanguinosa crista açoita os mares,
e sustos derramando
por terras e por mares,
aqui e além atira mortais botes,
dando o co'a cauda horríveis piparotes,
assim tu, ó caralho,
erguendo o teu vermelho cabeçalho,
faminto e arquejante,
dando em vão rabanadas pelo espaço,
pedias um cabaço!
Um cabaço! Que era este o único esforço,
única empresa digna de teus brios;
porque surradas conas e punhetas
são ilusões, são petas,
só dignas de caralhos doentios.
Quem extinguiu-te assim o entusiasmo?
Quem sepultou-te nesse vil marasmo?
Acaso pra teu tormento,
indefluxou-te algum esquentamento?
Ou em pífias estéreis te cansaste,
ficando reduzido a inútil traste?
Porventura do tempo a destra irada
quebrou-te as forças, envergou-te o colo,
e assim deixou-te pálido e pendente,
olhando para o solo,
bem como inútil lâmpada apagada
entre duas colunas pendurada?
Caralho sem tensão é fruta chocha,
sem gosto nem cherume,
lingüiça com bolor, banana podre,
é lampião sem lume
teta que não dá leite,
balão sem gás, candeia sem azeite.
Porém não é tempo ainda
de esmorecer,
pois que teu mal ainda pode
alívio ter.
Sus, ó caralho meu, não desanimes,
que ainda novos combates e vitórias
e mil brilhantes glórias
a ti reserva o fornicante Marte,
que tudo vencer pode co'engenho e arte.
Eis um santo elixir miraculoso
que vem de longes terras,
transpondo montes, serras,
e a mim chegou por modo misterioso.
Um pajé sem tesão, um nigromante
das matas de Goiás,
sentindo-se incapaz
de bem cumprir a lei do matrimônio,
foi ter com o demônio,
a lhe pedir conselho
para dar-lhe vigor ao aparelho,
que já de encarquilhado,
de velho e de cansado,
quase se lhe sumia entre o pentelho.
À meia-noite, à luz da lua nova,
co'os manitós falando em uma cova,
compôs esta triaga
de plantas cabalísticas colhidas,
por sua próprias mãos às escondidas.
Esse velho pajé de pica mole,
com uma gota desse feitiço,
sentiu de novo renascer os brios
de seu velho chouriço!
E ao som das inúbias,
ao som do boré,
na taba ou na brenha,
deitado ou de pé,
no macho ou na fêmea
de noite ou de dia,
fodendo se via
o velho pajé!
Se acaso ecoando
na mata sombria,
medonho se ouvia
o som do boré
dizendo: "Guerreiros,
ó vinde ligeiros,
que à guerra vos chama
feroz aimoré",
- assim respondia
o velho pajé,
brandindo o caralho,
batendo co'o pé:
- Mas neste trabalho,
dizei, minha gente,
quem é mais valente,
mais forte quem é?
Quem vibra o marzapo
com mais valentia?
Quem conas enfia
com tanta destreza?
Quem fura cabaços
com gentileza?"
E ao som das inúbias,
ao som do boré,
na taba ou na brenha,
deitado ou de pé,
no macho ou na fêmea,
fodia o pajé.
Se a inúbia soando
por vales e outeiros,
à deusa sagrada
chamava os guerreiros,
de noite ou de dia,
ninguém jamais via
o velho pajé,
que sempre fodia
na taba na brenha,
no macho ou na fêmea,
deitando ou de pé,
e o duro marzapo,
que sempre fodia,
qual rijo tacape
a nada cedia!
Vassouras terrível
dos cus indianos,
por anos e anos,
fodendo passou,
levando de rojo
donzelas e putas,
no seio das grutas
fodendo acabou!
E com sua morte
milhares de gretas
fazendo punhetas
saudosas deixou...
Feliz caralho meu, exulta, exulta!
Tu que aos conos fizeste guerra viva,
e nas guerras de amor criaste calos,
eleva a fronte altiva;
em triunfo sacode hoje os badalos;
alimpa esse bolor, lava essa cara,
que a Deusa dos amores,
já pródiga em favores
hoje novos triunfos te prepara,
graças ao santo elixir
que herdei do pajé bandalho,
vai hoje ficar em pé
o meu cansado caralho!
Sus, caralho! Este elixir
ao combate hoje tem chama
e de novo ardor te inflama
para as campanhas do amor!
Não mais ficará à-toa,
nesta indolência tamanha,
criando teias de aranha,
cobrindo-te de bolor...
Este elixir milagroso,
o maior mimo na terra,
em uma só gota encerra
quinze dias de tesão...
Do macróbio centenário
ao esquecido mazarpo,
que já mole como um trapo,
nas pernas balança em vão,
dá tal força e valentia
que só com uma estocada
põe a porta escancarada
do mais rebelde cabaço,
e pode em cento de fêmeas
foder de fio a pavio,
sem nunca sentir cansaço...
Eu te adoro, água divina,
santo elixir da tesão,
eu te dou meu coração,
eu te entrego a minha porra!
Faze que ela, sempre tesa,
e em tesão sempre crescendo,
sem cessar viva fodendo,
até que fodendo morra!
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Amor nos tempos do cólera
Lembrei de dois exemplos de títulos clássicos sobre o tema que são de derreter qualquer moço ou velho.
Um é a cena do Jofre Soares e a Mírim Pires no filme do Diegues Chuvas de Verão e o outro é o amor de Florentino Ariza e Fermina Dazo no maravilhoso Amor nos tempos do cólera do García Márquez.
Que lindo o amor de Florentino por ela, esperou 50 anos, mais precisamente 53 anos 11 meses e 23 dias rsrsr, o personagem é lindo nunca traiu o amor de Fermina durante esse tempo, para tanto transou com 622 mulheres, com registro de nomes e características de cada uma, anotados em seu diário. Ele dizia que dessa forma, entregando só o corpo mas nunca o amor, nunca a trairia.
Ariza esperou mais de 50 anos para que o marido de Fermina morresse, eles já septuagenários..
Nessa altura ele já era o presidente de uma companhia naval e convidou Fermina para uma viagem de navio em que a subida duraria 8 dias e mais 6 para descer, na ida ele consegue o que esperou por mais de 50 anos e 622 mulheres depois...
Para que esse amor e sua imensa alegria durasse até o fim de seus dias ele decide que o navio vai seguir sem ninguém e sem paradas. O capitão não gosta mas, afinal Florentino é o presidente, o único modo de tirar todos da embarcação com a lgum motivo pertinente é asteando a bandeira amarela que significa surto de cólera no navio.
Eles então continuam sua viagem amando-se nos tempos do cólera, cada qual com 73 anos...
quinta-feira, 14 de maio de 2009
O Rei da Vela
Oswald começou a escrever O Rei da Vela a partir de 1933, provavelmente baseado em suas mazelas financeiras, visto que a crise mundial de 1929, acertou-o em cheio. Andrade vivia a percorrer escritórios de agiotagem para equilibrar-se economicamente. Daí a caracterização de um agiota como Rei da Vela. Só que, como grande autor, ele supera sua experiência pessoal e fornece, sem falsas sutilezas, os mecanismos da engrenagem em que se baseia o esquema sócio-econômico do país.
A peça era tão pouco convencional que só foi encenada trinta anos depois, em 1968, tornando-se um marco para a cultura brasileira, desencadeando o movimento Tropicalista. Fruto de grandes sínteses estéticas da cena internacional do período, consolidou procedimentos que, muitos anos após, seriam considerados pós-modernos
O inescrupuloso agiota, Abelardo I, o Rei da Vela é um burguês enriquecido à custa do bolso alheio, Abelardo é um representante da burguesia ascendente da época. Seu oportunismo, aliado a crise da Bolsa de Valores de Nova York, de 1929, permite-lhe todo tipo de especulação: com o café, com a indústria etc. Sua caracterização como o “Rei da Vela” é extremamente irônica e significativa: ele fabrica e vende velas, pois as empresas elétricas fecham com a crise.
Mais não conto, vão ver a montagem de O Rei da Vela ali no SESC Garagem nos dias 14 a 17/5 e 21 a 24/5
Horários: 21h (quinta-feira a sábado) e 20h (domingo)
Depois vai rolar em outras unidades do SESC e o melhor: É de GRAÇA!
terça-feira, 12 de maio de 2009
Psicodelia Elisiana
Nunca lembro de sonhos com meu irmão e ontem deu uma inveja dele no meu sonho, vou contar por quê:-
Nossos sonhos, muitas vezes, são uma mistureba de passado, presente/infância,vida adulta/mundo paralelo, real - que é assustador/libertador.
Pois bem, eu e o Fábio estávamos na praia de nossa adolescência-que tem o 'charmoso' nome de Mariluz, ou pelo menos eu acho que era lá...E estávamos numa euforia maluca, pq de alguma forma havíamos conseguido voltar no tempo e estávamos alí pra ver a Elis Regina cantar, o louco é que no sonho eu sabia que ela já estava morta e que era uma oportunidade única pra gente.
Eu e meu irmão entramos no local onde haveria o show e nos postamos bem à frente do palco e logo aparece a Elis bem na fase dela com aquele cabelo curtinho, com cara de moleca. Depois de falar um pouco com o público ela me fita e eu, toda pimpona digo: -quer alguma bebida Elis? Ela respode de pronto:- cerveja. Saí feito um jato pra buscar ceva pra ela, pô a Elis me 'escolheu' pra pegar bira pra ela! ahaha. Mas sabe como é sonho né? Foi nessa hora que virou pesadelo. Não tinha cerveja na copa e saí do lugar pra buscar, bom nem preciso dizer que andava que nem louca e nada a vista até que me perdi e não acahva mais o local, encontrei um grupo dentro dum carro que me confundiu mais que ajudou, além de não oferecerem carona me indicaram o caminho errado. Buenas depois de muito tempo correndo, indo na direção errada- sabem como é sonho quando é pra dar errado...Finalmente cheguei na frente do lugar e me dei conta que só estava há dois passos dali o tempo todo. Só que agora tinha uma fila quilométrica e me desesperei, não tinha nem a ceva da Elis nem ia ver ela cantar. Tentei de tudo que é jeito entrar novamente e nenhuma das maneiras adiantou. Que frustração. Cansada, esperei o final do show querendo me matar por ter saído. Esperei o Fábio, que todo pimpão saiu de lá em êxtase contando cada detalhe...Um verdadeiro pesadelo.
Quando acordei fiquei pensando no sonho e lembrei que no dia que a Elis morreu, em janeiro de 82 eu tinha 10 anos e era no dia da final do campeonato de dança que realizaram na praia, tinha sido uma maratona de apresentações e tinham sobrado poucas meninas, lembro como se fosse hoje que antes de me apresentar vi minha mãe chorando e fui perguntar o que era e ela falou que a Elis tinha morrido. Até hoje tento justificar meu 2º lugar na competição por esse motivo rsrsr, só pra não admitir que a outra menina era melhor mesmo...
Ah, nasci no mesmo bairro da Elis em Porto Alegre, morava só uma rua abaixo...
Além de gostar muito dela como cantora, foram minhas únicas 'ligações' com ela além do sonho...