Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça. Karl Marx.

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sábado, 26 de junho de 2010

Sabe com quem estou revendo meus conceitos sobre o Twitter? Com o Carpi. Ele tem milhares de seguidores e faz da prosa, poesia. Só que poucos conseguem usar o instrumento com classe e inteligência. A maior parte das pessoas utiliza mesmo pra dizer em tempo real o que está fazendo. Essa é a parte que mais me deixa indignada. Pô se tu tá num show, ou assistindo a algum filme, precisa postar isso na hora? Ou vê o filme ou twitta. É simulacro demais, se não tá na rede parece que tu não viveu...

Mas enfim, seguem algumas das frases que ele postou lá..

'A paixão desdenha dos pré-requesitos'

'Todo juramento vira maldição'

'Melhor sem graça do que desgraçado'

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Táva muito massa o show do Wander, Frank, Júlio e Jimmi. Cantei até enrouquecer ao lado dumas gaúchas mais saudosistas que eu. O showzinho foi pra agradar a todos coms os 'standarts' do sul: Sandina - com um arranjo bem diferente, Surfista Calhorda, Cachorro lôco e Amigo Punk.
Muiiito bom.

sexta-feira, 18 de junho de 2010


O mundo tá mais triste e menos inteligente. Morreu o Saramago, de parágrafos longos e grande fôlego. Saramago achava que um dos maiores problemas da humanidade era o excesso de otimismo além de ter a coragem de confessar-se ateu num mundo de fundamentalismo religioso.

Foi uma das maiores personalidades do Século XX. Vai fazer muita falta sua visão lúcida do mundo e sua escrita: forte e precisa.

Morreu O Saramago.

quinta-feira, 10 de junho de 2010


Nessa interminável onda do dia dos namorados, lembrei de casais marcantes na música e literatura. Um dos que mais acho queridos e que ganharam um filme bem legal é o Johnny Cash e a June Carter. Chamavam-lhe o Homem de Negro. Mas não era apenas a sua roupa que era negra: a sua música era o espelho desse negrume, tal como era o espelho da sua vida e da sua fé.

Johnny Cash foi uma figura incontornável da música da segunda metade do século XX. Cash asssitiu ao nascimento do rock’n’roll e interviu decisivamente no seu desenvolvimento: foi ele o elo de ligação entre o old time country e o rockabilly.

A sua voz de barítono – quiçá a mais carismática de sempre na história do rock, com a qual apenas a de Elvis Presley se atreve a rivalizar – casava na perfeição a honestidade do folk com a rebeldia do rock, a tradição do country e a atitude interventiva do punk.

Ele conheceu a June numa época conturbada da vida, ela era filha dum companheiro de copo dele. Era uma linda cantora de country e após os dois se divorciarem, casaram-se e só se separaram quando morreram em 2003. Ele morreu apenas 4 meses após a morte da amada. Teve a vida regrada pelo álcool e as drogas, e foi ela que o salvou. Vejam o filme, é uma linda história de amor, além de ter uma das trilhas mais lindas que ouvi. Revi esses dias e chorei muito.

Vivam as histórias de amor que fogem às regras e aos moldes. Abaixo a comercialização do 'Dia dos Namorados'.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Vai rolar aqui em Brasília, de graça, num Festival chamado Brasil Rural Contemporâneo show do Wander Wildner, Júlio Reny e Frank Jorge. Juntinhos. Bahhhhhh, que maravilha! Vai ser às 21h do dia 19/6 na Concha acústica. É um evento do Ministério da Reforma Agrária, onde 80% dos CCs são gaúchos, só podia, pra trazer essa catrefa prum evento desses.

Não posso esquecer de dizer que no dia 16/6 é o Paulinho da Viola que vai tocar.

Te amo Brasília!
Quem teve aqui pelo Correio hoje foi o Serguei. O cara tá que é um boneco de cera, só que cinza. A magrela já tá rondando o bicho. Ele tá meio parecido com a Glória Menezes de tão esticado que tá. Uma mina que trabalha comigo perguntou: - quem é ele? Eu pensei em falar - é um músico, só que seria muita sacanagem com a classe. Disse: -um cara que comeu a Janis Joplin numa suruba e também uma árvore.

Pobre Serguei, da gurizada mais nova ninguém conhecia o cara. A sequela dele dos anos 60 é gigante, fala duas palavras e :- uhhhh rock and roll...Patético.


Mudando de saco prá mala, vão dirigir mal assim lá na casa do caralho motoristas de Bsb. Puta que pariu, não sabem o que é seta nem educação no trânsito. Selvageria total!

Hoje morri com muita grana no meu vidro traseiro e lateral, enfiei numa árvore na casa do Valpa da minha amiga Cris. O galho tava bem no ponto cego mimetizado no marronzinho da árvore. Juro que não foi barberagem..

terça-feira, 8 de junho de 2010

O rosto dele era um mapa geográfico. Mapa físico, cheio de ranhuras. Não era velho - era marcado, lanhado. Quando o vi pela primeira vez senti certa repulsa. Nunca o vi bebendo água, a isso atribuí sua secura. Acordava bebendo qualquer líquido que contivesse álcool. Nunca água. Com nossa convivência fui me acostumando e esse fato tornou-se natural. Habituamo-nos com tudo, ou quase tudo. A casa ficava numa colina, na verdade num declive que chamávamos colina. O aluguel era em conta, podíamos pagar com o que descolávamos nas ruas dando pequenos golpes. À noite o trânsito de pessoas era incontável, acordávamos sempre com gente estranha espalhada pela casa. Nossa vida era levada em meio a bruma da fumaça e dos vestígios de diálogos. Não lembro de grandes conversas. Lembro de grandes olhares, de sensações. As palavras não eram nosso forte. Foi assim até o fim. Sou um sujeito de poucas palavras e ele também o era. Não sei quando nos apaixonamos por ela. Creio que foi no mesmo dia que nos desapaixonamos por nós mesmos. Ela era fatal e deliciosa. Quando a preparávamos, no início, era tão prazeiroso que posso sentir seu gosto ainda hoje. Quando ela nos dominou já não tinha tanta graça assim. Acabou com ele caído ao chão, o arpão no braço e o último papelote dela em cima da estante. Nunca mais senti seu toque.
Cresci cercado de mulheres. Todos os tipos. Todos os cheiros. Lembro dos brilhos, das plumas e da movimentação na casa à noite. A vida era noturna, até hoje durmo pouco - herança daqueles dias. Observava aqueles braços, pernas, bocas e cabeleiras, pelas frestas das portas. De manhã, bem cedinho, tinha que rumar para a escola ainda sonolento, pela noite mal dormida. Aliás, depois que comecei a frequentar a escola decaiu muito minha instrução, já não tinha mais tanto tempo para ler o que realmente me interessava. Álgebra, geometria, ciências,...Não tinha paciência para as disciplinas formais. A casa cheirava feito o mercado árabe da cidade-um misto de cheiros doces, uma mistura exótica. Cada uma das mulheres me ensinou muito. Muitas eram analfabetas e a muito custo ensinei-as a ler, usava como incentivo os romances de capa/espada que tinha na casa. As histórias de mocinhas indefesas e virgens que eram salvas do vilão, incentivava-as a querer aprender. Minha tia, a dona do casarão e de seus corpos, achava tudo uma grande bobagem e sempre que podia sentenciava:-Pra que puta tem que saber ler e escrever?O que importa é estar com "tudo" limpinho e agradarem aos olhos. Mas eu, não por querer ser bom samaritano ou o que o valha, queria é que elas pudessem ler. Não consigo conceber um mundo em que tenha gente sem conhecimento de prosa e poesia. É um desperdício. Claro que além de várias iniciações que tive com essas mulheres: a primeira meia de seda, o primeiro sutiã, a primeira cintura desnuda eu também tive minha primeira noite. Todas foram muito generosas e me disputaram bastante, algumas mais incisivas outras mais elegantes, mas no final escolhi uma menina mais nova que havia chegado na casa a pouco, foi a única que não me disputou com palavras, mas com os olhos. Hoje escrevo histórias para viver. Histórias dos outros, a minha ainda segue somente comigo. Esse é apenas um pequeno trecho, uma degustação.

sexta-feira, 4 de junho de 2010


Alguém aí pode me dizer pq vai passar só NUM DIA o filme sobre o Rush? PQ?PQ?

quarta-feira, 2 de junho de 2010


Sonhei com o Karl Marx, sério, sonhei com o cara, pô pq não sonho com um cara atraente e sedutor? Mas bueno, vou reproduzir meu diálogo com ele.

Van: Marx, o que você sentiu com o fim do Comunismo?

Marx: Que Comunismo? Como posso ter sentido algo se nunca houve Comunismo. O que teve foi um capitalismo de estado, Stalinismo, comunismo NUNCA.


Van: Tá, tá, mas e a ditadura do proletariado?

Marx: Não ocorreu a ditadura DO proletariado e sim a ditadura SOBRE o proletariado.


Van: Existe ainda o proletariado no Século XXI?
Marx: Bons tempos o Século XIX, onde se distinguia o proletário, do profissional liberal (que vocês hoje chamam classe média) do patrão, apenas pela vestimenta. Hoje em dia todo mundo se veste igual e tem os mesmos sonhos de consumo. Onde estão as oposições de classe? Todo mundo quer é comprar o tal carro e a tal marca.

Van: Você gosta do termo Marxismo?
Marx: Bom, sou um cara vaidoso, até que não me importo.. Mas o que me aborrece é um bando de gente que leu três páginas do que escrevi e enche a boca pra dizer: - Sou marxista! Ora vá..


Van: O que você acha do Brasil ter um presidente que foi um operário?

Marx: Achava ele mais interessante como representante de classe. Se opondo à patronal para poder avançar. Hoje ele compõem demais, negocia demais..

terça-feira, 1 de junho de 2010

Terça-feira

Tem vezes que a gente olha pra trás e pensa aquele chavão - pô, eu era feliz e não sabia...Mas que delicinha viver um momento e pensar bah, que momento massa, que felicidade! Lembrei disso hoje por ser terça-feira.

Lá em Porto todas as terças rolava o Sarau Elétrico, aliás acho que ainda rola nesse dia. Eu não perdi uma terça durante dois anos. Era programa sagrado ir até o Ocidente, pegar a mesa quase da entrada, de canto, com a janela pra Oswaldo , pedir uma ceva e ficar de papo em frente à garrafinha cheia de cera e a vela crepitando.

Cada 3ª rolava um tema ou autor diferente: amor, liberdade, sexo, Guimarães Rosa, Graciliano, Elisa Lucinda, erotismo, música,...

No 1º ano era tão legal posto que era despretencioso..Se falava de livros, música e poesia de forma legal, sem frescuras, e uma das coisas que eu mais gostava: as 'crocâncias' do amigo Frank Jorge.

Além de nos brindar no sarau com elas, muitas vezes após a apresentação ele sentava em nossa mesa, falava da vida e nos dava alguns escritos. Ganhei algumas dessas crocâncias e a maior parte delas perdi. Porra, perdi. A gente bebia pra caralho e sei lá onde colocava os textos do Frank. Muitas vezes disse pra ele - quando tiver muito sem grana vou vender, ele ria..

Foi bom pra caralho durante dois anos, mas as coisas mudam e o sarau acabou virando meio modinha na cidade, parece que hoje tem até 'franquia'. Pra mim perdeu o encanto. Pro Frank acho que foi um ano depois, não tinha mais lugar na bancada pras 'crocâncias' dele, já preferiam a erudição do Moreno aliado à chatice da Suman....

Grandes terças-feiras e grande Sarau Elétrico naqueles tempos...

Engraçado que o último show de encerramento do Sarau que vi, sim depois ainda tinha canjinha, foi da Graforréia..