Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça. Karl Marx.

Pesquisar este blog

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Quando eu nasci os astros apontaram para mim e disseram:-teu carma é sofrer na mão de um instrutor do Detran. Caralho véi, o cara hoje simplesmente não apareceu!! E eu levantei que nem um Zumbizão na maior ressaca de ter ido Beirutear ontem. Pq eu não troco de instrutor? Essa é uma longa história e não vale a pena contar, mas ô bigodinho abusado.
Vi que tem uma nova doença, irmã da anorexia- a alcorexia. Desde a semana passada tô meio alcoréxica, um regimão fudido que eu queria incluir a restrição do álcool, mas quem mora ao lado da Cléo não te escapatória, ela já me fez conhecer tudo que é buteco do Guará, o repertório dela é vasto. O que tenho de fã cachaceiro é pra Guiness rsrsrs. Ops, Guiness é uma bela cerveja. Mas voltando, se não fosse a bira eu tava mais magra, agora trocar a comida pela bebida- a tal alcorexia, também já é demais.
Ontem a Reichel dirigiu pela primeira vez como habilitada e numa BR, eeeeeeeeeeeeeeee, viva eu viva tu viva o rabo do tatu.
Nini, deixa um recadinho pra euzinha, deixa. Tu faz comentários bons no skype e aqui nada. Tô chateada com meus 5 leitores rsrsrsr.
Minha mãe vem em setembro, até que enfim vai largar o Saidi pra conhecer Bsb. Dois dias na cidade pros clássicos programas de turista e depois chapada e Piri, que beleza!!!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Achei que só tinha 2 leitores, mas descobri que tenho pelo menos 5. Nossa!!Que Blog popular, rsrsrs. Essas 5 pessoas, as vezes 7, fazem comentários comigo do que lêem aqui, mas nunca deixam recadinho. Ah, deixem vai. Principalmente o Tiago, que faz críticas pertinentes e até fez eu tirar um texto muito 'clichê'. Beijinhos aos leitores.
Odeio dirigir, odeio as aulinhas do Detran, odeio meu instrutor. Cara e ele ainda quer dar beijinho na saida com aquele bigodinho anos 30, bem fininho. E tem um cheiro de guardado no armário. Pago pra sofrer, pode?Vrummmmm

terça-feira, 28 de julho de 2009

Cena 1 - canal de tv aberto: kelly Key no palco, fazendo muita força para lembrar de acontecimentos de 3 anos atrás - pô não forcem a bichinha...Erra a questão e entra um vídeo para 'ilustrar' a próxima pergunta. A 'cantora' aparece num concurso de beleza chamado Garota do chopinho, devia ter uns 10 anos, com cabelão tipo pantera e maiô atolado na bunda. Cara é por aí que a gente vê o investimento e dedicação de uma mãe: levar a filha de 10 anos prum concurso com maiô atolado no rabo e com patrocínio de bira. É fantástico e também é um pouquinho de Brasilll ôô.

Cena 2 - outro canal aberto: o Leandro e Leonardo (o que não morreu), responde a questões inteligentíssimas feitas por uma 'repórter' que está mais interessada em seu melhor ângulo. Questionado sobre o comportamento de seu filho, que está confinado em um desses reality show ,respondeu sem vergonha alguma: - fico muito feliz que ele tenha aceitado participar do programa, assim posso conhecê-lo melhor, ver do que ele gosta. E sabe que fiquei impressionado em ver como ele é parecido comigo? O filho do cara deve tá participando do Show deTruman. É um pouquinho de Brasilll ôô.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Minha amiga Paola gosta de listar as coisas, volta e meia ela faz listas em seu blog. Inspirada em Paola vou listar coisas boas, gostosas dessa vida:
- andar em pêlo de cavalo numa manhãzinha com geada;
- chorar na chuva;
- comer feijão de geladeira;
- voltar pra casa depois de um tempo fora;
- ver o mar em qualquer ocasião;
- beber vinho bom em ótima companhia;
- viajar, viajar, viajar;
- passar a mão em pêlo de gato sedoso;
- enfiar a mão em cesto de grãos de mercado;
- beijar uma boca há muito desejada;
- pintar a unha de cor duvidosa;
- andar descalça numa praia de areia fininha;
- observar o andar dum felino;
- esperar telefonema da pessoa amada;
- abrir e-mail de amigos distantes;
- tomar a primeira cerveja gelada do dia;
- ler um livro;
- ouvir música;
- escutar alguém que tenha algo a dizer;
Pronto! Passagem pra dia 14/8 rumo à Olinda!! Lindas ladeiras, becos, casario antigo, negros maravilhosos. Acho que o período sabático já tem data pra acabar....rsrsrsrs
Tu já passou por um período sabático sexual? Vamos lá, primeiro o que é período sabático? O termo Sabático vem do hebraico shabbath, que significa repouso, parada, descanso. É o dia de recolhimento semanal dos judeus, que acontece no sábado; é o dia de recolhimento semanal dos muçulmanos, que acontece na sexta-feira; é o dia de recolhimento semanal dos cristãos, que acontece no domingo. Nessa perspectiva, o período sabático é um afastamento inspirado por uma motivação íntima. Logo, sabático sexual é uma pausa/repouso/descanso de sexo. Enlouqueci? Quem sabe...Uma outra única outra vez fiz esse "retiro". Mas não vale quem tá jogada em casa e não recebe nenhuma proposta rsrsr. Caritó não vale, período sabático sexual é quando tu escolhes dar um tempo. Em meu caso, precisava pensar sobre o sexo mesmo, para não voltar a cair em armadilhas por causa dele. Já faz 10 anos do meu outro 'repouso', será meu sabático sexual um apreciador das décadas?Uma menina de 17 anos, que conheci esses dias, ao saber de minha decisão, não se conformou, disse que o que faltava era eu dar uma chance às mulheres pois os homens não estavam com nada. Mas e quem disse que tem a ver com homem/mulher? Tem exclusivamente a ver comigo. Período sabático sexual é uma fase muito egoísta, já que não compartilhas nem o corpo com o outro.Tem um período de duração?Não, cada um determina sua parada/pausa/descanso.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Tristeza não tem fimmmmm, felicidade simmmmmm. Hoje tô tão triste. Alma seca, pele seca, mente seca, mão seca.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Tem duas coisas nessa vida que já fiz e que são muito, mas muito..hummm, estranhas?bizarras?curiosas? Sei lá, mas lembrei delas hoje: Já tomei chá de fita e já fiquei perdida em Moscou. Vamos ao primeiro ponto, chá de fita?hehehehe, sim era esse o nome de um dos alucinógenos de pobre dos anos 80. Não é fita de cabelo, fita inaugural, fita de jogo, é fita cassete mesmo. Sei lá quem teve a brilhante lembrança da 1ª vez, mas alguém lançou na mesa algumas fitas cassetes e suplicou: - toca na panela e faz um chá! hahaha. Cara, chá de fita. Essa nem o velho Bukowski faria, há que se ter o mínimo de elegância, mesmo na chinelagem. Não lembro se deu algum barato, mas lembro do caldo horroroso que ficou e das fitas todas destruídas..Lembro tmb que pensei muito nas minhas fitas e que jamais faria aquilo, nem por uma viagem às galáxias..Ah, sim, na década de 80 gravávamos muitas fitas. Grosso modo, as cassetes eram os mps de hoje.
Quanto à Moscou é um pouco mais complicado..O Brasil recém entrava em sua fase democrática, quando alguns grupos de esquerda - que ainda acreditavam nas armas e na formação de jovens para seus quadros, lançou um convite para alguns. Como mocinha esperta, bonitinha e novinha, "os quadros" do partido acharam que eu poderia render uma versátil militante. Buenas, munida de documentos falsos, com a ilusão de que na Rússia a população tmb falava espanhol - afinal eram hermanos de Cuba- e cheia de "cursinhos de formação" na cabeça, entrei no avião. Nossa ida pra lá era 'clandestina', e eu comecei a passar mal daqui do Brasil. Pra encurtar a história, ao chegar lá vomitava até os ossos. Ao ver a cena, o nosso homem em Moscou me mandou prum hospital russo, que vou poupá-los de descrever. O espanhol que entendiam era a palavra Fidel, e isso se falasse bemm devagar. A única palavra que eu aprendi na marra era wuadja- assim se pronunciava, que queria dizer água. Fiquei 3 dias lá sem uma visitinha sequer e sem nenhum de meus parentes saber que eu estava em outro Hemisfério. Foi alí que comecei a desacreditar da solidariedade da esquerda..Melhorei um pouco me colocaram noutro avião e me despacharam pra casa. Vi Moscou da janela do hospital e do avião. E a militância começou a ficar com gosto de chá de fita.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Ele vai chegar. Ele vai chegar! Os pensamentos vinham aos pulos, acompanhando as batidas do coração. A melhor parte de seu dia eram esses passos que chegavam abafados pelo tapete espesso. Era sempre aquela expectativa. Aquele amargor na boca, o suor nas mãos. Naquele dia vestia um conjunto novo, mais recatado do que da última vez. Achava que combinava mais com o homem que viria naquela tarde. Eram sempre homens que conhecia ao acaso. Na farmácia, na academia, no mercado. Ali podia entregar-se. Era seu momento. Seu canto para o prazer. O que sentia nessas tardes a fazia lembrar das antigas aulas de literatura quando leu um conto da Lispector chamado Felicidade clandestina. Agora, 30 anos depois, podia entender o que era essa felicidade. Era um sentimento de indivisível, de algo que era só seu. Depois dos passos ,veio ele. Cheio de sede, tomou-me de cheio, sem tempo para que sequer esboçasse alguma reação. As delícias que proporcionavam essas lânguidas tardes era o que preeenchiam sua vida de mulher de sociedade elegante e que sabia receber, de mãe perfeita e esposa extremada. Eram três horas que tinha somente para si. Aproveitava cada minuto. Desde a hora que frequentava lojas de lingeries e sex-shops, até o momento fatídico dos passos abafados. Cada um ensinava a sentir-se como mulher de um jeito. Tocavam-na de maneiras diversas, abrindo muitas possibilidades de prazer. Ao final, restava tomar uma ducha, colocar sua lingerie de mulher casada e séria e rumar para casa, onde teria que dar as últimas ordens para que os empregados deixassem a casa impecável para a chegada do marido. Até a simetria da toalha devia estar perfeita. O marido era muito detalhista e após os filhos terem partido, as coisas se agravaram. Mas não podia reclamar, afinal ainda tinha suas tardes. Sua felicidade clandestina.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Tenho uma amiga muito sacana. E que, as vezes, me leva para suas sacanagens. Ela tem uma bela vida - não é rica, mas como o pai é diplomata, morou em vários lugares do mundo até estabelecer-se aqui na cidade. Volta e meia, ela recepciona alguns amigos estrangeiros quando eles aportam por aqui. Numa dessas ela me liga e solta: - vamos ao restaurante X esta noite? Preciso encontrar um russo e um italiano que conheci em Estocolmo. Como boa amiga que sou, aceitei na hora. O restaurante era o da moda, o do momento. Essa minha amiga gosta muito do que é in, gosta de aparências como ninguém. Deve ser por isso que está sempre impecável, lindíssima. Cheguei no horário marcado. Costumo ser pontual. Claro que ela não. Sentei-me ao balcão e 15 minutos depois senti uma lufada de vento e de perfume caro subir-me às narinas. É ela que entra escoltada por dois belos exemplares masculinos. Os dois altos, um castanho, outro meio arruivado. Ambos muito másculos. Após as apresentações corriqueiras nos sentamos na mesa reservada por ela. Noto que minha amiga está "diferente" hoje. Parece mais elétrica e mexe-se como um polvo. Não pára. Chega a ser enervante. Falamos em inglês, que eu, muito a contragosto falo - até entendo por que o francês foi substituído pelo inglês como língua "universal", mas nunca vou aceitar. A amiga convida-me para ir ao banheiro. Coisinhas de mulheres, sussura ela aos convivas antes de pegar meu braço e me arrastar. Quando fechamos a porta pergunto o pq de tanta agitação e ela revela que está tomando um medicamento milagroso para não ter apetite. Eu, que tenho pavor dessa ditadura da estética da magreza, revolto-me. Ela me garante que é "seguro" e que é apenas uma "ajudinha" para não acumular o que mais odeia- quilinhos a mais. Tenho pavor a essas futilidades, mas gosto tanto dela que relevo. Voltamos à mesa e o restante da noite foi recheada por disputas dela como o russo para ver quem entornava mais vodka- não é difícil imaginar quem ganhou..Lá pelas tantas a mistura dos medicamentos com o destilado começou a dar sinais de grandes problemas. Dessa vez foi eu que a arrastei ao banheiro. Minha amiga, sempre tão refinada, entre palavras desconexas vomitou tudo o que não comeu em uma semana. Lavou o chão e sua roupa de grife. Tentei fazer o que pude, mas seu estado era deplorável. Quando caminhamos de volta à mesa, os rapazes não disfarçaram o olhar de repulsa ao reconhecerem os restos de salada ainda pendurados em seu vestido. Fiz o que pude mas sobrou um pouco da prova do crime. O encontro estava encerrado. Chamei um táxi e levei minha amiga para casa. Ela não era a dama de sempre, falava palavrões, me xingava e xingava tanto o taxista que achei que ele iria nos largar ali mesmo. Em casa, com toda delicadeza tirei sua roupa e a coloquei na banheira. Ela ficou toda encolhida e pediu para que eu entrasse também. Me despi e quando entrei ela se aninhou em meus braços. Não sei se foi o álcool ou nossa vontade reprimida, só sei que nunca havia pensado em minha amiga daquele jeito. Nunca mais fomos as mesmas. Mas afinal, quem é o mesmo dia após o outro?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Cresci cercado de mulheres. Todos os tipos. Todos os cheiros. Lembro dos brilhos, das plumas e da movimentação na casa à noite. A vida era noturna, até hoje durmo pouco - herança daqueles dias. Observava aqueles braços, pernas, bocas e cabeleiras, pelas frestas das portas. De manhã, bem cedinho, tinha que rumar para a escola ainda sonolento, pela noite mal dormida. Aliás, depois que comecei a frequentar a escola decaiu muito minha instrução, já não tinha mais tanto tempo para ler o que realmente me interessava. Álgebra, geometria, ciências,...Não tinha paciência para as disciplinas formais. A casa cheirava feito o mercado árabe da cidade-um misto de cheiros doces, uma mistura exótica. Cada uma das mulheres me ensinou muito. Muitas eram analfabetas e a muito custo ensinei-as a ler, usava como incentivo os romances de capa/espada que tinha na casa. As histórias de mocinhas indefesas e virgens que eram salvas do vilão, incentivava-as a querer aprender. Minha tia, a dona do casarão e de seus corpos, achava tudo uma grande bobagem e sempre que podia sentenciava:-Pra que puta tem que saber ler e escrever?O que importa é estar com "tudo" limpinho e agradarem aos olhos. Mas eu, não por querer ser bom samaritano ou o que o valha, queria é que elas pudessem ler. Não consigo conceber um mundo em que tenha gente sem conhecimento de prosa e poesia. É um desperdício. Claro que além de várias iniciações que tive com essas mulheres: a primeira meia de seda, o primeiro sutiã, a primeira cintura desnuda eu também tive minha primeira noite. Todas foram muito generosas e me disputaram bastante, algumas mais incisivas outras mais elegantes, mas no final escolhi uma menina mais nova que havia chegado na casa a pouco, foi a única que não me disputou com palavras, mas com os olhos. Hoje escrevo histórias para viver. Histórias dos outros, a minha ainda segue somente comigo. Esse é apenas um pequeno trecho, uma degustação.