Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça. Karl Marx.

Pesquisar este blog

sábado, 27 de dezembro de 2008

Fellini



Dois clássicos do mestre: 8 1/2 e La Dolce Vita.

Basicamente, Federico Fellini conta em 8 1/2 a história do cineasta Guido Anselmi, inquieto diante da perspectiva dum novo filme sem assunto e atravessando uma profunda crise de saúde que o leva a um sanatório onde o realizador investiga longamente com os recursos de sua poesia cinematográfica a fauna humana que o diverte e intriga.
Em 8 1/2 tudo é fantástico, imaginoso, desde a forma como se aglomeram as seqüências (um barroco documentário da memória) até o conteúdo interno das imagens, uma intensa mistura de faces curiosas, interessantes..
8 1/2 apela inteiramente para a fantasia, não se preocupando em juntar o real ao mágico sem mutilar o filme.

Já La dolce vita, retrata o tempo da velocidade, da americanização dos hábitos. A Doce Vida tem a estrutura de um mosaico, ou de um grande afresco moderno.
Fellini mostra uma Roma moderna, sofisticada, mas decadente, com os sinais da influência estadunidense. O repórter é um homem sem compromisso, que se relaciona com várias mulheres: a amante ciumenta, a mulher sofisticada em busca de aventura, e a atriz de Hollywood, com a qual passeia por Roma, culminando num dos mais famosos momentos do filme: a sequência da Fontana di Trevi.
Marcello Rubini, jornalista especializado em histórias sensacionalistas sobre estrelas de cinema, visões religiosas e a aristocracia decadente, passa a cobrir a visita da atriz hollywoodiana Sylvia Rank, por quem fica fascinado.
O resto é lenda....

Preconceito e discriminação.
Um é questão interna, resolvível consigo mesmo se for pensado.
O outro é humilhatório e passível de crime inafiançável.
Se a gente trabalhar o preconceito talvez a discriminação diminua.
Façamos..

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


Uma das maravilhas desse mundo virtual é que podemos reencontrar pessoas há muiiito perdidas. Já encontrei colegas de 1º grau, parentes perdidos em outros estados, antigos alunos e agora a Fabi.
Fabi é como um sopro de liberdade. Lembro dela assim: selvagem, livre, sem amarras...
É difícil fugir ao habitual, ao ordinário, ao comum. Ela é o anti-clichê, fazia coisas tão inesperadas e incomuns que dava gosto.
Nunca vou esquecer da sua identidade bageense. Ela frisava sempre suas origens na trigolândia e contava histórias deliciosas de Bagé -que deve ter tido muitos estranhamentos com essa deliciosa doidinha..
Como tenho ainda tão fresca em minha memória sua presença, fiquei com uma pontinha de dor quando entrei em contato e ela respondeu: -que Van? ahahaha. Fabi avoada, viajante não lembrava...
Lembro da Fabi sempre ávida por conhecimentos, por sugar cada fiapinho de qualquer coisa que ela achasse interessante nessa vida. Duvido que tenha perdido o frescor de quem nunca sacia a fome de ser..
Coincidência porreta dessa vida! Ela também tá em Brasília..Iupi!Nosso encontro não tarda..Espero.
esquizotrans.wordpress.com - Por esse endereço dá pra conhecer um pouco do trabalho da Fabi e do seu grupo. Eu até agora tô amando o que vejo.
Ah! A foto desse post é de uma das "personagens" da Fabi. Doidinha, doidinha...que maravilha!! Assim como a personagem ela deixa todos os clichês para trás...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008



Minha família tinha um cinema no interior. O único cinema da cidade. Nooosssa, ajudar na bilheteria, ver o filme da cabine de projeção, deixar a gurizada entrar nas pornochanchadas rsrsrs. Me apaixonei por cinema ali. Mas pela magia do cinema mesmo, pq filmes bons eram raros por aqueles pagos.
Tinha muito filme de "terror" aqueles B de tudo quanto era bicho: formiga, urso(meus preferidos),cobras, etc... Além dos pornôs que eram proibidos para nós, as crianças. Mas nossa imaginação voava e inventávamos zilhões de coisas para podermos dar vazão as nossas curiosidades sexuais e espiar um pouquito do filme.
O templo das delícias era completado pela sorveteria que ficava coladinha ao Cine Marabá - todo cinema no interior do RS era Marabá? Fechava o cinema e comíamos bolas enorrrmes de sorvete.
A sorte da tela grande me acompanhou na capital também, em meu bairro tinha um pequeno cinema de calçada, muito velhinho, que brindava os frequentadores com um ingresso para dois nas quartas feiras. Ô, o Estrela- estrelinha para nós, era sujo e encardido mas nos levou da Inglaterra pra Turquia nos anos que o frequentamos.
Ah, ele tinha também sessões especiais aos domingos, lá vi: Excalibur, Expresso da meia noite, The wall, ...
Continuo gostando de cinema mas vou pouquíssimo, tenho fobia de shoppings e hoje eles estão lá, infelizmente.

CRISEEXISTENCIALCRISEEXISTENCIALCRISSEEXISTENCIALCRISEEXISTENCIAL
Existe crise existencial ou somente um tédio, uma melancolia que nos abate de vez em quando? Esse mundo do imediatismo e do fragmento levam a uma situação que chamo de buraco na alma.
Aí, hoje tô tão descontente comigo e com minha visão/percepção/atuação d(n)esse mundo...tô levando uma vida completamente dentro do padrão, very very pequeno-burguesa....Não desobedeço, não ouso, não olho mais pro outro...Sou eu e meu mundo.
Não tô pra grandes reflexões, até pq ainda tô só sentindo..depois agrupo as sensações e quem sabe consigo analisar melhor essa minha falta de compromisso com o que eu sempre achei importante.
Cada vez mais me sufoca o mundo e seus rumos...até nos espaços ditos de resistência e de alternativa, o capitalismo já fatura em cima...será que sobram poucas opções ou nós que não ousamos mais não quebramos os elos?...
O que me apavora é que nos acostumamos com coisas que são a própria barbárie...Se normatiza o terror... E minha vida, minha vida...cada vez mais vazia.