Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça. Karl Marx.

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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Conheci ele em uma parada de ônibus aqui do DF. Quem conhece o sistema público de transportes daqui sabe que podemos contar duas vidas enquanto esperamos o coletivo...

Ele falava sozinho, descobri depois que foram os anos de cadeia que deixaram esse vício. Começou me olhando de soslaio e sem perceber eu já estava conversando com ele. Contou a vida todinha, a vinda do Maranhão, a miséria que viveu e as dificuldades aqui no DF: - só queria trabalhar honestamente...No meio disso: - Na cadeia não tem inocente. Se entramos inocentes, saímos bandido.

O caso dele foi ter caído por roubar pequenos objetos em lojas, super-mercados,..um dia pegaram. Disse que não gostava de contar as coisas ruins de um presídio: - pra isso já tem o jornal e o Rap. Gostava de contar as coisas que fizeram com que ele ainda tivesse vontade de viver..

Nunca tinha lido um livro até entrar na prisão, disse que a biblioteca foi uma das suas salvações. Os livros eram surrados e em número mínimo, até que tiveram a ideia de escrever para alguns lugares pedindo doações.

Não só livros chegaram, como discos e uma vitrola. Ouviu música clássica e se encantou. Ouviu MPB e gostou bastante. Mas o que fez ele sonhar e suspirar nos 7 anos que passou lá foram aqueles negros dos EUA que cantavam com a alma. Contou que isso mudou a vida dele. A música modificou a vida dele, mais que os livros..

Contou mais muitas histórias, sempre com um pique de alegria, não foi baixo astral. Incrível, o brasileiro realmente é antes de tudo um bravo, um forte.

O ônibus dele chegou antes do meu, ele agradeceu a prosa, esticou a mão num aperto firme e eu desejei sorte.






Hoje tô chupa cabra do texto alheio. Mas é que morreu o Scliar e o Carpi, como sempre, escreveu lindamente sobre o cara. Segue texto do blog dele. Morreu o Scliar..
http://carpinejar.blogspot.com/

Mágico é aquele que revela o segredo e todos continuam não entendendo o que ele fez.

Falo de Moacyr Scliar, autor de mais de setenta livros, entre romance, crônica, conto, literatura infantil e ensaio. Morreu neste domingo (27) à 1h, por falência múltipla de órgãos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Foi o único ilusionista que me convenceu desde a infância. Incompreensível onde arrumava tempo para escrever e manter colunas na revista Veja e nos jornais Zero Hora e Folha de São Paulo.

Confessava que tinha disciplina e acordava cedo, mas não tinha como acreditar, ele mantinha um exército dentro de si, um exército de um homem só domando centauros, produzindo miragens, dobrando os dias, duplicando a claridade da página.

"Não se dorme dentro do livro. São turnos ininterruptos de luz", brincou uma vez comigo.

"Então, o livro é o único lugar de Porto Alegre que fica aberto 24h", respondi, e ele riu da minha conclusão, eu queria ter aqueles olhos azuis imensos e sobrancelhas quase transparentes para poder rir um dia.

Scliar era ubíquo, estava em dois lugares ao mesmo tempo, é certo que no coração do leitor. Suas ilusões mais conhecidas envolviam aparecimentos súbitos, leitura da mente, e tudo o que desafiasse a explicação racional com seus personagens fantásticos, sequiosos pela verdade como num Antigo Testamento.

Era médico para despistar seus poderes ocultos. Colocou, inclusive, o Cruzeiro de Porto Alegre na semifinal do Gauchão (partida decisiva é hoje), como um dos 19 torcedores do time.

Eu não conhecia no mundo alguém mais gentil, mais dedicado. As costas sempre eretas de nadador, o passo rápido, o mundo se apequenava com sua ligeireza: mandava cartas, telefonava para agradecer uma referência, antecipava notícias, não esquecia coisa alguma.

Foi o primeiro a me saudar na literatura em minha estreia com As Solas do Sol. Meu primeiro comentário crítico no jornal é dele: Carpe Diem. Carpe Carpinejar.

Acentuava traços filiais na hora de contar histórias. Acentuava traços paternos na hora de repreender. Ele me enxergava fumando no saguão de um hotel e logo mandava:

- Põe no chão, põe logo no chão, antes que vá primeiro do que o cigarro.

A ameaça escondia uma preocupação, um conselho de amor. Eu apaguei o vício, ele nunca apagou suas virtudes.

Ele, ele, ele, cadê ele? Resta uma armada de ausências pelo Brasil. Não havia evento literário que não houvesse o nome de Moacyr Scliar no folder. Chegava ao Acre e ele passara por lá na noite anterior. Chegava ao Amazonas, ele aterrissaria no dia seguinte. Pulava para Pernambuco e nos encontrávamos para dividir a tapioca no café da manhã. Escolas pelo interior, universidades, bienais, Scliar, além de escrever sem parar com toda qualidade.

Mágico. Scliar era um mágico.

Choro e fico com vontade de recolher uma por uma de minhas lágrimas para não desperdiçar nada que vem de sua literatura. Ele não desperdiçou nada ao longo de 73 anos.

Agora está acordado dentro do livro. Lá ninguém dorme. Posso procurá-lo sempre que precisar.
Minha pasta de resenhas começa com ele.


Divulgo texto do Dan, sobre fato lamentável e absurdamente surreal, que aconteceu em Porto Alegre... O link abaixo é o endereço do blog dele
http://cosmotrip.blogspot.com/2011/02/um-psicopata-em-porto-alegre.html


Um psicopata em Porto Alegre

Dois dias atrás um grupo de ciclistas participantes de um evento mundial chamado "Critical Mass" (Massa Crítica) foi brutalmente atropelado por um motorista numa avenida no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Por muita sorte, ninguém morreu, mas várias pessoas ficaram feridas. Essa tentativa explícita de assassinato foi registrada por pessoas que estavam no local, assim como a cena lamentável que se seguiu das pessoas no chão, as bicicletas amassadas, desespero.

Tudo isso aconteceu em Porto Alegre, poderia ser em qualquer lugar no mundo, mas foi em PoA. Poderia ser apenas aquele desenho animado do Pateta que mostra um simples cidadão que, ao entrar num automóvel, se transforma num monstro obcecado e perigoso para toda a população, igual a tantos outros motoristas como ele. Mas não, foi real e foi numa cidade onde se supõe muitas coisas "desenvolvidas", mas que, na verdade, encontra-se em meio aos mesmíssimos problemas encontrados em todo o país.

O que passa pela cabeça de alguém que simplesmente toca seu carro por cima de centenas de pessoas de bicicleta? Será um fato isolado? Sinceramente, não creio. A se acompanhar a repercussão do acontecido, percebo muitas pessoas, possivelmente psicopatas enrustidos, tentando justificar a ação desse motorista assassino. Sim, porque alguém que encontra alguma razão em passar por cima de cem pessoas de bicicleta pode ser o próximo demente a fazer o mesmo por aí, basta que ele se encontre "enfurecido". Dizem essas pessoas que "as bicicletas atrapalham o trânsito, fecham a via". Ora, é o trânsito que atrapalha a vida! É uma frota gigantesca de carros que fecha a via. Isso é irracionalidade, isso é brutalidade, é não conseguir pensar adiante.

Esse crime não ocorreu simplesmente pela ausência de uma ciclovia, como quis sugerir a imprensa burra e monopolista do Grupo RBS. Uma ciclovia não vai resolver a falta generalizada de educação no trânsito, não vai resolver a falta de fiscalização, a falta de rigor na punição, não vai resolver a própria mentalidade fabricada e imposta pelo mercado do "todo-brasileiro-gosta-de-automóvel".

Infelizmente, a subserviência de muitos brasileiros incorpou essa máxima em suas cabecinhas intolerantes, levando à reprodução de uma cultura hipócrita, desigual e autoritária. Como se sabe, a nossa capacidade de revolta é extremamente limitada, mas a capacidade brasileira de se mostrar um completo idiota é enorme. Os grupos dominantes - entre eles as construtoras de automóveis - só têm a agradecer. A cultura cidadã quase inexiste em nosso país e muitas vezes é denegrida como “revolta”, “radicalismo”, "esquerdismo" etc. por aqueles que não fazem mais que defender a famosa "ordem para o povo e progresso para os dominantes", como os pseudo-jornalistas da RBS. Urge que tomemos consciência das nossas próprias limitações para podermos combater aqueles que só têm interesse em garantir esse status quo. A sociedade brasileira ainda é muito atrasada para se julgar melhor do que ela não é.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ, vontade de viver assim agora..

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Muammar Kadafi tá na TV dizendo que vai meter bala em quem quiser 'incitar a revolta civil', mas é muita cara de pau desse ditador, que faz farra na Líbia há 30 anos. O discurso dele é surreal...Pingou o colírio alucinógeno mesmo.

Bom mesmo foi o soldado que se negou a bombardear a população e se mandou com o avião pra outro lugar.


Chega desses ditadores. CHEGA!

Ponho os meus olhos em você
Se você está
Dona dos meus olhos é você
Avião no ar
Um dia pra esses olhos sem te ver
É como chão no mar
Liga o rádio à pilha, a TV
Só pra você escutar
A nova música que eu fiz agora
Lá fora a rua vazia chora?
Pois meus olhos vidram ao te ver
São dois fãs, um par
Pus nos olhos vidros para poder
Melhor te enxergar
Luz dos olhos para anoitecer
É só você se afastar
Pinta os lábios para escrever
A sua boca em minha?
Que a nossa música eu fiz agora
Lá fora a lua irradia a glória
E eu te chamo, eu te peço: Vem!
Diga que você me quer
Porque eu te quero também!
Passo as tardes pensando
Faço as pazes tentando
Te telefonar
Cartazes te procurando
Aeronaves seguem pousando
Sem você desembarcar
Pra eu te dar a mão nessa hora
Levar as malas pro fusca lá fora?
E eu vou guiando
Eu te espero, vem?
Siga onde vão meus pés
Porque eu te sigo também.
E eu te amo!
E eu berro: Vem!
Grita que você me quer
Que eu grito também!
Hei! Hei!?

Legal que BsB também esteja virando circuito dos grandes shows. Quase todos esses músicos que virão para cá já vi em Poa há algum tempo, lá no sul temos a sorte de ter uma grande produtora que desde os anos 80  bancam a vinda de grandes bandas.

Estão muito caros os ingressos. Eu ia no Iron - que já vi há uns 10 anos lá, mas tô achando meio salgadinho. Acho que valia ver o Ozzy, se bem que ele tá uma múmia e nem deve fazer o show direito..

Agora uma que tá aí no domingo é a Cindy Lauper. Nunca comprei um disco dela nem a curtia nos anos 80, só que não há como negar que a mina marcou, pelo menos a sessão da tarde. Ela ajudou a eternizar Os Goonies.

Nesse show fiquei com vontade de ir....

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Do túnel do tempo... Marília postou algumas fotos no face e entre elas, um de nossos 'chimas' no Gasômetro lá por 199...

Nos conhecemos desde 1981. 30 anos se foram...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Sono, sono, sono,....Tô dormitando que nem um gato em frente ao computador. Um ano inteiro com dois empregos que me 'exigem' tão me matando. QUERO, NECESSITO trabalhar só em um com salário de dois.

Sabe que coloquei o tal contador de acessos no blog, aquele que conta por semana. Pois na sexta dava 89 acessos e hoje mais de 190. Como pode?? Acho que tá errado pq 100 acessos num findi? Assim vou pedir patrocínio rsrsrs. 

E o Ronaldo em sua despedida? Pô, elogiou a torcida do Corinthians, mas foram muito paunocu com ele. Gosto do Ronaldo, foi um grande jogador, mas tá 'bichado' há muito tempo... 


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Eu e Cricri nos encontramos e, como sempre, foi divertido e produtivo. Tomei uma decisão inspirada nessa minha corajosa amiga. Esse ano vou plantar o terreno pra num futuro próximo ser dona de minha força de trabalho. Projeto NUNCA mais bater cartão ponto! E ponto.


Nessa terra dos concursos as pessoas só vêem essa opção. Eu seria triste trabalhando na burocracia de uma máquina estatal. Mas os conceitos estão mudando. Um cara de 20 anos pensa em concurso por causa da aposentadoria. Então nêgo passa 30 anos de sua juventude infeliz pra aposentar com bom salário.

Sejamos corajosos, vamos apostar em nosso talento e ter saídas alternativas, afinal essa é uma das instituições brasileiras a criatividade e o jeitinho. Jeitinho comk jogo de cintura pra driblar as tretas.

Beijos, não me liguem pois ainda tô sem celular.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sonhei com o Karl Marx, sério, sonhei com o cara, pô pq não sonho com um cara atraente e sedutor? Mas bueno, vou reproduzir meu diálogo com ele.

Van: Marx, o que você sentiu com o fim do Comunismo?

Marx: Que Comunismo? Como posso ter sentido algo se nunca houve Comunismo. O que teve foi um capitalismo de estado, Stalinismo, comunismo NUNCA.


Van: Tá, tá, mas e a ditadura do proletariado?

Marx: Não ocorreu a ditadura DO proletariado e sim a ditadura SOBRE o proletariado.


Van: Existe ainda o proletariado no Século XXI?
Marx: Bons tempos o Século XIX, onde se distinguia o proletário, do profissional liberal (que vocês hoje chamam classe média) do patrão, apenas pela vestimenta. Hoje em dia todo mundo se veste igual e tem os mesmos sonhos de consumo. Onde estão as oposições de classe? Todo mundo quer é comprar o tal carro e a tal marca.

Van: Você gosta do termo Marxismo?
Marx: Bom, sou um cara vaidoso, até que não me importo.. Mas o que me aborrece é um bando de gente que leu três páginas do que escrevi e enche a boca pra dizer: - Sou marxista! Ora vá..


Van: O que você acha do Brasil ter um presidente que foi um operário?

Marx: Achava ele mais interessante como representante de classe. Se opondo à patronal para poder avançar. Hoje ele compõem demais, negocia demais..

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Voltei de Poa mudada, diferente. Aconteceu que 'vi a cara da morte e ela estava viva'! VIVA! Fui para o aniversário de minha mãe e fiquei no litoral, meu pai também foi para lá e o Henris também. Dentre tantas outras pessoas eram quem mais eu queria ver.

O aniversário foi sexta, bebi e cantei até às 8 da manhã. Já estava há uns 2 dias de virada para poder ver todos e aproveitar os poucos dias no meu pago. Pois bueno, no sábado o Henris me convidou pra ver uma banda lá do Sul a Vera lôca num pub bem legal de Imbé, fomos com a irmã e o cunhado. Antes de ir eu disse que não tava muito a fim pois estava com 'pressentimentos', ele - que como eu, não cremos em bruxas, disse: deixa de bobagem..Fui até a casa dele com o carro da mãe e de lá fomos com o dele. Voltamos às 5 da manhã, e eu tinha bebido 2 copos de ceva - o que pra mim é como não beber. Mas, o sono tava pegando. Henris convidou para dormir lá, mas como a casa dele tava cheia de parentes eu tomei o rumo de casa. Devia ter ouvido meus 'pressentimentos'..

Dormi ao volante e capotei o carro. O que me salvou foi que naquele momento não haviam carros na pista - coisa rara nesta hora em que a gurizada está voltando das festas, e pq o carro parou numa duna de areia. A estrada é uma interpraias sem construções dos lados. Cara, os segundos entre acordar e acontecer tudo é tão maluco, só pensei: tô morta! O carro ficou de lado na duna, comecei a me tocar e vi que não tinha sangue. Fiquei de cara pelo estado do carro e de como eu não tinha um arranhãozinho, um hematomazinho, uma dorzinha.

Chamei a mãe e o Henris, que já veio com o médico. Minha mãe e cunhada abraçavam de sufocar. Como eu poderia ter sofrido aquele acidente eestar ali, sem nadica de nada...

Bueno, serve pra reflexão que a vida pode ir em segundinhos. Se você estiver cansado não pegue o carro. Se tiver sono não dirija.

Tô viva!!!!!