Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça. Karl Marx.

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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Amor nos tempos do cólera


Esses dias entrei num debate sobre sexo na velhice, tem gente que faz cara de nojo, outros não acham nada, outros normais, mas a maior parte torce o nariz...
Lembrei de dois exemplos de títulos clássicos sobre o tema que são de derreter qualquer moço ou velho.
Um é a cena do Jofre Soares e a Mírim Pires no filme do Diegues Chuvas de Verão e o outro é o amor de Florentino Ariza e Fermina Dazo no maravilhoso Amor nos tempos do cólera do García Márquez.

Que lindo o amor de Florentino por ela, esperou 50 anos, mais precisamente 53 anos 11 meses e 23 dias rsrsr, o personagem é lindo nunca traiu o amor de Fermina durante esse tempo, para tanto transou com 622 mulheres, com registro de nomes e características de cada uma, anotados em seu diário. Ele dizia que dessa forma, entregando só o corpo mas nunca o amor, nunca a trairia.

Ariza esperou mais de 50 anos para que o marido de Fermina morresse, eles já septuagenários..
Nessa altura ele já era o presidente de uma companhia naval e convidou Fermina para uma viagem de navio em que a subida duraria 8 dias e mais 6 para descer, na ida ele consegue o que esperou por mais de 50 anos e 622 mulheres depois...

Para que esse amor e sua imensa alegria durasse até o fim de seus dias ele decide que o navio vai seguir sem ninguém e sem paradas. O capitão não gosta mas, afinal Florentino é o presidente, o único modo de tirar todos da embarcação com a lgum motivo pertinente é asteando a bandeira amarela que significa surto de cólera no navio.

Eles então continuam sua viagem amando-se nos tempos do cólera, cada qual com 73 anos...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Rei da Vela

A peça O Rei da Vela, é considerada o primeiro texto modernista para teatro. O texto de Oswald de Andrade trata com enfoque marxista a sociedade decadente, com a linguagem e o humor típicos do modernismo.

Oswald começou a escrever O Rei da Vela a partir de 1933, provavelmente baseado em suas mazelas financeiras, visto que a crise mundial de 1929, acertou-o em cheio. Andrade vivia a percorrer escritórios de agiotagem para equilibrar-se economicamente. Daí a caracterização de um agiota como Rei da Vela. Só que, como grande autor, ele supera sua experiência pessoal e fornece, sem falsas sutilezas, os mecanismos da engrenagem em que se baseia o esquema sócio-econômico do país.

A peça era tão pouco convencional que só foi encenada trinta anos depois, em 1968, tornando-se um marco para a cultura brasileira, desencadeando o movimento Tropicalista. Fruto de grandes sínteses estéticas da cena internacional do período, consolidou procedimentos que, muitos anos após, seriam considerados pós-modernos

O inescrupuloso agiota, Abelardo I, o Rei da Vela é um burguês enriquecido à custa do bolso alheio, Abelardo é um representante da burguesia ascendente da época. Seu oportunismo, aliado a crise da Bolsa de Valores de Nova York, de 1929, permite-lhe todo tipo de especulação: com o café, com a indústria etc. Sua caracterização como o “Rei da Vela” é extremamente irônica e significativa: ele fabrica e vende velas, pois as empresas elétricas fecham com a crise.

Mais não conto, vão ver a montagem de O Rei da Vela ali no SESC Garagem nos dias 14 a 17/5 e 21 a 24/5

Horários: 21h (quinta-feira a sábado) e 20h (domingo)

Depois vai rolar em outras unidades do SESC e o melhor: É de GRAÇA!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Psicodelia Elisiana


Tive um sonho tão doido mas tão doido ontem que deu vontade de contar..
Nunca lembro de sonhos com meu irmão e ontem deu uma inveja dele no meu sonho, vou contar por quê:-
Nossos sonhos, muitas vezes, são uma mistureba de passado, presente/infância,vida adulta/mundo paralelo, real - que é assustador/libertador.
Pois bem, eu e o Fábio estávamos na praia de nossa adolescência-que tem o 'charmoso' nome de Mariluz, ou pelo menos eu acho que era lá...E estávamos numa euforia maluca, pq de alguma forma havíamos conseguido voltar no tempo e estávamos alí pra ver a Elis Regina cantar, o louco é que no sonho eu sabia que ela já estava morta e que era uma oportunidade única pra gente.
Eu e meu irmão entramos no local onde haveria o show e nos postamos bem à frente do palco e logo aparece a Elis bem na fase dela com aquele cabelo curtinho, com cara de moleca. Depois de falar um pouco com o público ela me fita e eu, toda pimpona digo: -quer alguma bebida Elis? Ela respode de pronto:- cerveja. Saí feito um jato pra buscar ceva pra ela, pô a Elis me 'escolheu' pra pegar bira pra ela! ahaha. Mas sabe como é sonho né? Foi nessa hora que virou pesadelo. Não tinha cerveja na copa e saí do lugar pra buscar, bom nem preciso dizer que andava que nem louca e nada a vista até que me perdi e não acahva mais o local, encontrei um grupo dentro dum carro que me confundiu mais que ajudou, além de não oferecerem carona me indicaram o caminho errado. Buenas depois de muito tempo correndo, indo na direção errada- sabem como é sonho quando é pra dar errado...Finalmente cheguei na frente do lugar e me dei conta que só estava há dois passos dali o tempo todo. Só que agora tinha uma fila quilométrica e me desesperei, não tinha nem a ceva da Elis nem ia ver ela cantar. Tentei de tudo que é jeito entrar novamente e nenhuma das maneiras adiantou. Que frustração. Cansada, esperei o final do show querendo me matar por ter saído. Esperei o Fábio, que todo pimpão saiu de lá em êxtase contando cada detalhe...Um verdadeiro pesadelo.
Quando acordei fiquei pensando no sonho e lembrei que no dia que a Elis morreu, em janeiro de 82 eu tinha 10 anos e era no dia da final do campeonato de dança que realizaram na praia, tinha sido uma maratona de apresentações e tinham sobrado poucas meninas, lembro como se fosse hoje que antes de me apresentar vi minha mãe chorando e fui perguntar o que era e ela falou que a Elis tinha morrido. Até hoje tento justificar meu 2º lugar na competição por esse motivo rsrsr, só pra não admitir que a outra menina era melhor mesmo...
Ah, nasci no mesmo bairro da Elis em Porto Alegre, morava só uma rua abaixo...
Além de gostar muito dela como cantora, foram minhas únicas 'ligações' com ela além do sonho...

VIRADA RUSSA!!


NÃO PERCA, NÃO PERCA, NÃO PERCA:

Lá no Centro Cultural de Banco do Brasil (CCBB) podemos ver, pela primeira vez, a exposição Virada Russa: A Vanguarda na Coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo. Que está nas galerias 1 e 2.

Tem muita coisa MARAVILHOSA, boa parte do acervo do State Russian Museum – o museu que reúne a maior coleção de arte russa no mundo.

Trata-se maior e mais significativa exposição já realizada no Brasil sobre o tema, com 123 peças que marcaram o movimento artístico e cultural ocorrido durante a primeira fase da Revolução Russa, entre as décadas 1890 e 1930.

As obras expressam várias vertentes como o Não-Objetivismo e, principalmente, o Suprematismo e o Construtivismo.

Entre as raridades estão clássicos como Promenade, de Chagall, que representa um momento mais lírico dentro do surrealismo, e os três quadros de Malevitch, que marcam o começo do verdadeiro rigor geométrico na pintura – a cruz, o quadrado e o círculo negro sobre um fundo branco.

As obras de Kandinsky – como Igreja Vermelha, Cruz Azul e São George II, presentes na mostra – marcam o ponto de partida para a pintura abstrata.


Qualquer um DEVE ir, e além de poder ver obras de tirar o folêgo de perto é tudinho de graça tem até ônibus também free à disposição- coisa muy fina.


Horário: De 7 de abril a 7 de junho. De terça-feira a domingo, das 9h às 21h.
Endereço: CCBB Brasília – SCES, Trecho 2 Conjunto 22

Informações: 3310-7087

quinta-feira, 7 de maio de 2009


Tô lendo o livro Tête-à-Tête, uma biografia da Beauvoir e do Sartre. Amo biografias, tanto que até já escrevi uma. Espiar a vida alheia é uma fixação, um deleite da humanidade- daí essas Caras/Contigo da vida serem fenômenos de vendas. Mas voltando à boa literatura e a espiar a vida de quem vale a pena, o livro é gostoso de ler mesmo sendo parte da tese de doutorado da autora, ele não tem aqueles academicismos chatos, é denso sem ser pesado e tem pesquisa de folêgo.
Sem dúvida, Beauvoir e Sartre, são um dos casais mais lendários do mundo. E o interessante nesses dois é que marcaram o século XX não somente como livre-pensadores e intelectuais engajados, mas também pelo amor sem fronteiras que pregaram.

Ler biografias é legal pq vamos lembrando o que já lemos/vimos do biografado. Apesar de assumirem o amor livre e sem amarras, os dois só deixaram contar a maior parte de seus casos depois de mortos com as publicações de suas correspondências. Tantas surpresas..Simone por exemplo, que nunca admitiu em vida romances com outras mulheres contou infinidade deles em seus relatos publicados depois que se foi. Inclusive dividiu muitas com ele. Sartre também instruiu publicações sobre sua vida sexual somente após a morte. Ele, considerado por muito(a)s um chauvinista, realmente nunca respeitou nenhuma de suas amantes-que foram muitas. Sempre bem mais jovens e belas. Parecia que queria driblar a feiúra e a idade...

Lembrei também da Fernanda Montenegro, no " Arte com Sérgio Britto" falando de suas percepções sobre a Simone. Disse a Fernandona que quando estava encenando textos da feminista, as perguntas que se seguiam eram sempre sobre o arrebatador romance da Simone com o americano Algren. As pessoas não se conformavam de como um homem que a fazia gozar múltiplas vezes- palavras dela, era bonito, mais jovem e não era machista como Sartre fora "largado" por ela que voltou para Jean-Paul, que estava velho, cheio de manias e não fazia mais sexo com ela.
Buenas, fiquei pensando, é difícil para um homem ou mulher que vive a "nossa" pós-modernidade da vida do espetáculo e do simulacro, entender essa ação de Simone. Eles eram existencialistas, homens que ainda acreditavam na ação do indivíduo, o homem ERA suas AÇÕES.
Trocar uma máquina de sexo por um que não faz mais nem isso? O mundo hoje não entende pq damos mais valor a "barriga-tanquinho", a mulher gostosa- um homem quando quer ofender fala das gorduras, feiura, idade, ...de uma mulher. A mulher da masculinidade/virilidade do cara. Mais pós-moderno impossível...
Simone trocou o viril pelo velho, pq amava nele coisas mais profundas, tipo a construção de uma vida de debates e trocas de 50 anos...
Amanhã continuo pq a Raquel tá me chamando...

terça-feira, 5 de maio de 2009


Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...

Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.

Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.

Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me
embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir
desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!


sábado, 2 de maio de 2009

Dora


Ah! Uma ótima notícia: o Nilson vai ser papai novamente!! Ele sempre quis ter uma menina..Lindo nome que eles escolheram - Dora: curto, sonoro, forte.
Lembrei da personagem do Capitães da areia do Amado. Tenho que confessar que não gosto muito da literatura do cara mas esse livro e essa personagem me marcaram tanto que até adaptei uma versão pro teatro nos idos dos 80 lá no RS. Claro que fui a Dora, densa que só ela...
Mas a Dora do Nilson é por causa da vó dele, que vale um post só dela -outro dia eu escrevo. Ela nasceu, viveu e morreu sempre na mesma rua. Isso mesmo, ela nunca saiu da rua em que nasceu..doido,né?
Nini, agora que és meu leitor aqui já tem um post pra Dora. Chique, hein?
Que venha com muita saúde!!