Autor de mais de 200 sambas, componente da velha guarda da Portela, compositor de algumas das melhores músicas do Paulinho da Viola, morreu com 79 anos o Walter Alfaiate. Grande sambista.

O plano da memória é fodástico, ele se sobrepõem, se intercala, faz o movimento das marés..Numa dessas veio à tona, saindo do subsolo para a superfície, uma velha memória dos verdes 12 anos acontecida num rincão perdido entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai. Os pagos eram de uns parentes de minha mãe, família grande que morava nesse longínquo vilarejo perdido na geografia sulina. Os filhos eram muitos, a casa simplérrima- foi a 1ª vez que vi uma casa com terra de chão batido, tomei água de poço e usei a privada de madeira. Também foi a 1ª vez que vi o céu mais estrelado e lindo desse mundo. Não havia luz num raio duns 100 km, o céu parecia um planetário amplificado. Lembro do baile com vitrola à pilha e lampião de gás. Das moças que nunca haviam bebido refrigerante, das crianças separadas dos adultos dançantes por uma cortina e dele, o primo de minha mãe que estava sempre calado e parecia 'diferente'. Num final de tarde belíssimo - o pôr do sol é indecente nas coxilhas, raios alaranjados trespassavam as frestas do barracão de madeira e iluminavam, feito uma aparição, o primo que tinha nas mãos um exemplar do João Cabral de Mello Neto. Eu, mocinha da cidade que amava os livros desde que havia visto um, não entendi como naquela roça ele poderia estar na companhia de tão refinado escritor. Deleitei-me com aquela visão mais um pouco e quebrei o silêncio perguntando como ele havia conseguido aquele livro: - Troquei um pelego com um mascate do Chuí por alguns livros. O primo conversou sobre livros e os mundos no mundo em que eles nos lançam. Foi um fim de tarde inesquecível. Lamentei muito, anos depois já adulta, ao saber de sua morte. Foi buscar uma das ovelhas que havia fugido para outras terras e foi baleado pelas costas. Mais uma vítima da covardia dos latifundiários do sul, que ainda comandam seus pagos como coronéis..

Ontem fui num show onde a proposta eram tocar bandas da cena under de metal, rock, dead,.. que tivessem mulheres. Tava legalzinho, mas acho que faltou mais a organização e o toque da mulherada mesmo!!O folheto falando das bandas, por exemplo, era escrito por um homem, me cheirou um pouco aos caras querendo 'fazer um agrado' dar um 'força' pras minas que são da cena. Ou quem sabe eu é que esteja com minha sensibilidade feminina aguçada demais e vendo as coisas às avessas... Fazia tempo que eu não ia nesse tipo de som pq intuia que ia encontrar uma pessoa que eu não queria ver, já que ele gosta dessas quebras. Pois o cara tava lá..Foi estranho, pq há pouco tempo vi ele num bar e saí rapidinho, quis ir embora correndo de lá. Já dessa vez não deixei de curtir e ficar no lugar. Estranho alguém que foi tão importante se 'transformar' assim, desse jeito. Nunca tinha acontecido isso comigo, e é difícil fechar as feridas, a gente tem que lamber muito, e mesmo assim, ficam as cicatrizes. Mas o que é a vida se não tivermos experiências diversas? Com ele foi único e inesquecível tanto pelo lado bom como pelo lado negro, mas negro mesmo da força. Mas sou Jedi e tento correr pra luz rsrsrs. Quando tava no carro vindo embora, tocou uma música que gosto muito e lembrei que eu ouvia bastante na época em que estávamos juntos, mas distantes. Achei legal, pq ele me fez muito mal, mas já não levo aquele peso no peito, isso envelhece e nos torna amargos. E não quero nem vou me amargar!

Veio só
aportou foi demais
arrasou
um redemoinho de emoção

Balançou
provocou
a melhor
sensação
pois pegou em cheio o coração

Não foi no pé
não foi na mão
nem muito menos na cabeça
foi direto ao coração

Passou ligeiro pela boca
se embrenhou pela garganta
e foi direto ao coração

O nariz
desprezou
o olhar
nem olhou
pra chegar depressa ao coração

Não quis boquinha bonitinha
nem corpinho gostozinho
foi direto ao coração

E alí ficou
ponto final
se acomodou
achou legal

Pegou o pulso
fundamental
reproduziu
batendo igual

Entrou no tempo
uma atração
fatal

Batendo junto
batendo igual
no mesmo pulso
amor total

Com devoção
De coração

Veio só
aportou
se alojou

Eu com Janinha e Henri.

Fragmentos das férias III

1- Said
2-mini-ressaquinha
3- Pai e o osso

Piri no carná: peãozada, cachoeiras cheias e muiiito calor...Mas valeu ter pegado a estrada com céu bonito e muito verde. Na volta ainda deu pra curtir um pacotão e ver a ARUC no ceilambódromo. Eita que até no sambódromo eu fui..Para as solteiras no carnaval vai uma estratégia boa: comprem uma daquelas tiarinhas chifrinhos de diabo, pois o que tu vai ouvir de: - me leva pro infernoooo - não é mole hehehehe...

Cutuco o nariz, gosto de pegar o farelo de pão que sobra na mesa, faço biquinho pra foto, adoro passar a mão em bicho, tenho fobia de bolo de ameixa, passeio em tudo que é mercado público, me desperta sensações 'fofas' pegar na mão de criança, não gosto de massagem, arroto e não fico envergonhada, ando descalça sempre que posso, durmo só com a parte de cima do pijama, quase nunca uso meia, não gosto de shopping, tenho paranóia da mão ficar cheia de manchas, só consigo dirigir descalça, não gosto que perguntem de onde eu vim, me faço de louca pra gente chata, gosto da mesa no pátio, bebo vinho quase todo dia, tenho sempre um livro no banheiro, não uso anéis, adoro brincos, casei duas vezes, não quero mais namorado, adoro sexo, não gosto de dormir de 'conchinha', amo ficar de papo até altas horas, não tenho paciência pra conversa idiota, fico em choque com filme bom, choro quando um livro acaba e nunca mas nunca me convide para ir num show sertanejo!