Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esporte, mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça. Karl Marx.

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terça-feira, 26 de janeiro de 2010


As três sentaram-se no divã bem baixo, sobre um ondulante mar de almofadas. A primeira a agir foi Leila, que deslizou a mão chão de jóias por baixo das saias de Bijou e arfou levemente de surpresa com o inesperado toque de pele onde esperava encontrar roupa íntima sedosa. Bijou deitou-se de costas e voltou a boca para Elena, seu vigor tentado pela fragilidade de Elena, vendo pela primeira vez como era se sentir um homem e sentir a fragilidade de uma mulher curvando-se sob o peso de uma boca, a pequena cabeça abaixada para trás por suas mãos pesadas, o cabelo leve esvoaçando ao redor. As mãos fortes de Bijou circundaram deleitadas o pescoço delicioso. Ela segurou a cabeça entre as mãos como uma taça, para beber da boca longos goles do hálito de néctar, com a língua ondulando. Leila teve um momento de ciúme. Cada carícia que dava a Bijou, Bijou transmitia a Elena — a mesmíssima carícia. Depois de Leila beijar a boca luxuriante de Bijou, Bijou tomou os lábios de Elena entre os seus. Quando a mão de Leila deslizou adiante por baixo do vestido de Bijou, Bijou deslizou a mão sob o vestido de Elena. Elena não se mexeu, enchendo-se de languidez. Então Leila deslizou sobre os joelhos e usou as duas mãos para afagar Bijou. Quando levantou o vestido de Bijou, Bijou atirou o corpo para trás e fechou os olhos para sentir melhor os movimentos das mãos cálidas e incisivas. Elena, vendo Bijou oferecida, ousou tocar o corpo voluptuoso e seguir cada contorno das curvas fartas — um leito de carne prostrada, suave e firme, sem ossos, cheirando a sândalo e almíscar. Os mamilos de Elena endureceram quando ela tocou os seios de Bijou. Quando sua mão passou pelas nádegas, de Bijou, encontrou a mão de Leila. Então Leila começou a se despir, expondo um pequeno corselete de cetim negro e macio que prendia as meias com minúsculas ligas negras. As coxas esguias e brancas fulguravam, o sexo permanecia na obscuridade. Elena soltou as ligas para observar as pernas polidas emergirem. Bijou puxou seu vestido por cima da cabeça e então reclinou-se para a frente para terminar de tirá-lo; ao fazer isso, expôs as nádegas por completo, as covinhas na base da espinha, o arco das costas. Então Elena deslizou para fora de seu vestido. Estava usando roupas íntimas de renda negra com as fendas na frente e atrás, exibindo apenas as laterais sombreadas de seus segredos sexuais. Sob os pés delas havia uma grande pele branca. Caíram sobre esta, os três corpos em harmonia, mexendo-se um contra o outro para sentir seio contra seio e barriga contra barriga. Deixaram de ser três corpos. Transformaram-se todos em bocas, dedos, línguas e sensações. As bocas procuravam uma outra boca, um mamilo, um clitóris. (...)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Em meio a dinheiro em cuecas, meias e afins -êita Rebública das Bananas, mais de 40 empresas estão envolvidas no panetonegate, nome muito condizente com o espírito natalino. Gosto de ver que até na hora de roubar quem é chinelo se revela. O cara que é um ladrão refinado abre conta na suíça pra desviar a grana sem rastreá-la. O ladrão chinelo pega maços e maços contento 200, 300 mil e coloca na meia...É a cara da elite do DF, que acha o sudoeste um bairro chique. A elite do Df além de ser escrota é brega pracarai..Mas o que me chama mais a atenção nisso tudo é que o Arruda- aquele que renunciou ao senado para não ser cassado e foi eleito novamente- só foi denunciado agora, às portas de 2010, ano de eleição. Se não tiver a mão do Roriz nisso tudo eu dou as minhas em sacrifício. A raposa velha tá jogando a merda pra poder voltar com tudo para os braços do povo ano que vem. Triste comemoração de 50 anos a cidade terá. E eu pensando em transferir o título. Difícil votar no DF.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sempre participava dos eventos do Arquivo Público do RS e tenho saudades..mato elas olhando os folders que ainda me enviam. E que surpresa ao receber a programação da Semana da Consciência Negra e ver que deram o nome do Marcos ao Auditório. Que linda homenagem a esse professor, meu antigo orientador que foi um dos caras que mais colaborou com a preservação dos acervos e mais incentivou seus alunos a frequentá-los. Já escrevi aqui um post sobre o Marcos, linda pessoa que foi embora muito cedo.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009




Voltei essa semana do Maranhão. Ainda tô pensando sobre o que achei de lá. A cidade histórica é grande pero detonada. A família Sarney, que governa o Maranhão há séculos, não tem interesse em preservá-la. Pra que? Muito pelo contrário, O Convento das Mercês, casarão do século XVII, patrimônio cultural da humanidade, foi tomado(não é tombado) pelo Sarney pra fazer ali seu memiorial. Muita cara de pau, além de ter afanado o prédio que pertence a tod@s, lá se encontram os objetos, incluindo os carros, que ele roubou quando saiu da presidência(1985-90). O carro tava cheio de poeira e aproveitei que estava sozinha na sala e tasquei um FDP no capô. O mar também não é bonito como em quase todo o restante do nordeste. Mar aberto e com muito vento, bem parecido com o nosso do sul. Eles tmb não tem o sotaque carregado do nordeste, são mais ligados ao norte. Vi o tambor de crioula, conheci muito gringo doido, passei por esquinas de reggae e fiz amigos, pq a metade de um lugar é quem mora lá. Depois falo mais do MA. Posto fotos da cidade histórica, inclusive de igreja de 1684.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sabe qual o país foi considerado o lugar no mundo onde as pessoas mais vivem alegres?A Dinamarca. Pois lembrei dum dinamarques mucho lôco - e alegre- que conheci em Porto no 1º Fórum Social Mundial. Pontos elencados por ele sobre a Dinamarca: lá a verticalização social é pouca. Não existe essa agudização de classes como na América Latina, onde 3% da população concentram o grosso da grana e 70% 'se viram' pra sobreviver. Lá um professor, artista, médico, empresário, secretária, faxineira, têm um nível de vida muito similar e se nêgo fica desempregado, além do seguro social o estado ajuda a arrumar outro trampo. O legal também é que não há a forçação familiar e social de 'certas' profissões. O importante é o cara ser feliz em sua escolha, quer ser músico-que seja, quer ser palhaço de circo-vai nessa, e por aí vai...Outra enorme diferença em comparação com a gente é que o imposto é pago proporcionalmente, no Brasil estudos indicam que quem paga mais é quem ganha menos...Também tem a questão comportamental. É muito difícil um dinamarques casar - oficilamente- sem antes ir morar junto. É comum tmb terem filhos sem o compromisso do casamento. E para mim o que mais chamou a atenção é que lá mais de 60% - índice altíssimo- da população não acredita em Deus nem em religiões. O dinamarques nesse ponto me olhou fixamente e perguntou: - não acha interessante um lugar em que não acreditam em Deus dar certo? Taí, a Dinamarca tem muito o que ensinar ao mundo: conseguiram um certo socialismo com distribuição de renda, não precisam de deuses e podem curtir a vida numa boa..
Recebi esse poema lindo do meu amigo Henri, não conhecia esse do Manuel Bandeira. Poesia faz bem pra gente, né?

O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.

A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.

O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
- Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.

O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e que satisfaz.

O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi.
Não é a irmã que já perdi.
E meu pai.

O que eu adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti - lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009


Os trópicos e o mundo ficaram mais tristes hoje. E mais vazios. Morreu a gracinha do Lévi-Strauss. Ele viveu no Brasil por pouco tempo, mas intensamente. Aliás foi muito das coisas que ele viu por aqui, nas tribos indígenas por onde passou, que fez com que ele escrevesse seus livros, principalmente Tristes Trópicos, e lançasse as bases da antropologia moderna. Viveu por aqui entre 1935 e 39. Com 27 anos ajudou a fundar a USP. Foi um cara que me influenciou pra caralho, principlamente a ter um outro olhar para o 'outro', comecei a abrir meus olhos para a alteridade com ele. Publicou mais de 30 livros e ajudou a entender o homem e sua relação com a cultura. O impacto de sua obra foi percebido só pela década de 60. Legal um homem que acompanhou um século inteirinho e viu a entrada de um novo milênio. Legal um homem que não só viu como refletiu sobre isso. O Lévi-Strauss tinha um texto limpo, fluido, fluente, era um Proust da literatura antropológica. O Caetano citou ele numa bela canção: "o antropólogo Claude Lévi-Strauss detestou a baía de Guanabara, pareceu-lhe uma boca banguela..."ahahah, bem Strauss...